Relação de Ramón Díaz com diretoria do Vasco estava desgastada antes de saída

A saída de Ramón Díaz do Vasco, após a goleada de 4 a 0 sofrida para o Criciúma, surpreendeu, mas ao mesmo tempo encerra uma relação que já começava a ficar desgastada. Tanto o treinador quanto a diretoria da SAF vascaína já vinham demonstrando certo descontentamento, mas a forma como se deu o fim da relação foi a pior possível e promete se arrastar por mais tempo, diante da guerra de versões sobre a decisão final, o que impacta diretamente na questão da multa rescisória.
Os constantes pedidos por contratações para reforçar o elenco mostravam um certo incômodo de Ramón Díaz com a demora em receber reforços e também por não conseguir os jogadores desejados. Por outro lado, a diretoria vascaína ficou irritada com a declaração machista do treinador, quando disse ser ”complicado que quem decida no VAR seja uma mulher”.
Tanto que a SAF soltou uma nota oficial criticando a fala, mesmo com o argentino pedindo desculpas e dizendo que foi mal interpretado. Mas o que mais incomodou, além da falta de resultados e de evolução tática, foi a notícia que circulou na semana passada, quando a Radio Continental de Buenos Aires divulgou uma possível conversa de Ramón com um jornalista, demonstrando desejo de assumir o River Plate e que precisaria ver o projeto.
Essa situação aumentou o entendimento de dirigentes que o técnico vinha demonstrando desejo de sair recentemente. O que foi confirmado com o discurso de despedida no vestiário, após a goleada do Criciúma. Ramón e o filho, Emiliano Díaz, chegaram a ficar balançados com o pedido dos jogadores para que continuassem.
Mas a essa altura, o Vasco já sabia da decisão dos argentinos, que informaram ao gerente de futebol, Clauber Rocha, e aprovou a comunicação do clube de divulgar a nota oficial da saída, o que viria a se tornar uma crise e encerrar a relação com o treinador de maneira negativa.

Multa rescisória de Ramón Díaz é alta

Ramón e o filho afirmaram que souberam da demissão pelo Twitter, mas a SAF entende que esse discurso foi feito para uma futura briga pela rescisão de contrato. O valor é considerado alto, já que incluiria o pagamento de salários até o fim do contrato, em dezembro de 2025. Ou seja, seriam 20 meses, o que representaria algo em torno de R$ 20 milhões.
As partes vão se reunir nos próximos dias para oficializar a saída e buscar um acordo. E o Vasco confia nas testemunhas que ouviram o treinador dizer que estava de saída, para não ficar no prejuízo. Enquanto isso, o novo diretor de futebol, Pedro Martins, que chega oficialmente nesta semana, já terá a missão de encontrar um substituto o quanto antes.

Treinador já vinha demonstrando desejo de sair, no entendimento da diretoria da SAF vascaína

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