CPI da Manipulação convoca Raphael Claus e ex-árbitro de suposto áudio

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas do Senado convocou os árbitros Raphael Claus, que teve pedido do Botafogo para que não apitasse o clássico com o Flamengo, e Daiane Caroline Muniz e o ex-árbitro Glauber do Amaral Cunha. Os requerimentos foram feitos pelos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Carlos Portinho (PL-RJ) e precisam ainda de aprovação, o que deve acontecer na sessão desta quarta-feira (24).
Os pedidos são para que a participação dos três sejam em sessões secretas “considerando a sensibilidade e a natureza sigilosa das informações que serão compartilhadas para proteger a integridade das investigações em andamento”. Os senadores também defendem que, desta maneira, “o depoente se sinta confortável para compartilhar detalhes cruciais sem receio de represálias ou comprometimento de sua segurança pessoal ou profissional”.
Raphael Claus teve um dos jogos, na derrota por 2 a 1 para o Flamengo pelo Brasileirão de 2023, apontados pelo relatório de John Textor sobre manipulação. Ele trabalhou com Daiane Caroline Muniz, que ficou no VAR.
A quantidade de jogos em que a dupla trabalhou junta no Brasileirão (11 rodadas) também chamou a atenção dos senadores, por ser muito maior do que outras duplas de árbitros no Brasileirão (no máximo três, segundo o requerimento).
Os dois foram convocados para prestar esclarecimentos “a respeito da aplicação do sistema de VAR, particularmente nos Campeonatos Brasileiros de 2022 e 2023, e de eventuais influências em resultados das partidas”. Nos vídeos apresentados pelo dono da SAF do Botafogo, há lances em que câmeras não mostradas ao público apresentariam decisões diferentes das tomadas.
Já Glauber do Amaral Cunha foi convocado porque seria a voz no áudio, segundo o relatório de Textor, que estaria reclamando por não conseguir manipular um jogo de “divisão menor” do jeito que precisava para ganhar o dinheiro. Esse arquivo, o americano apresentou à CPI da Manipulação. A partida em questão, segundo reforçou o senador Carlos Portinho em entrevista à Rádio Tupi, não é da Séria A do Brasileirão.

Outros convocados pela CPI da Manipulação

Além de Carlos Portinho e Jorge Kajuru, os senadores Romário (PL-RJ) e Eduardo Girão (Novo-CE) também fizeram requerimentos para ouvir outros personagens do futebol brasileiro. Entre eles, querem ouvir o CEO do Botafogo, Thairo Arruda porque ” expressou publicamente suas preocupações sobre a integridade dos resultados do futebol brasileiro, citando possíveis erros de arbitragem e insinuações de envolvimento de casas de apostas”.
A CPI também quer ouvir representantes da SportRadar, empresa contratada pela CBF para identificar possíveis casos de manipulação no futebol brasileiro e que produziu relatórios “identificando 109 partidas suspeitas apenas em 2023”.
O chefe da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Seneme, é outro que será convocado pelos senadores, assim como outros dois representantes da entidade: o diretor de governança, Hélio Santos Menezes Júnior, e o oficial de integridade, Eduardo Gussem.
O presidente do STJD, José Perdiz, e o procurador-geral do Tribunal, Ronaldo Piacente também serão ouvidos.

Quem a CPI quer ouvir

Lane Gaviolle, presidente do Tombense Futebol Clube
Getúlio Marques Castilho, presidente do Londrina Esporte Clube

Thairo Arruda, CEO do Botafogo

Representante da empresa SportRadar
Glauber do Amaral Cunha, ex-árbitro de futebol
Daiane Caroline Muniz, árbitra de futebol
Raphael Claus, árbitro de futebol do quadro da CBF
Hélio Santos Menezes Junior, diretor de Governança e Conformidade da CBF
Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF
Eduardo Gussem, oficial de Integridade da CBF
Felippe Marchetti, representante da empresa SportRadar AG
Tiago Horta Barbosa, chefe de Integridade para a América Latina da empresa Genius Sports
Emanuel Macedo de Medeiros, presidente da Sport Integrity Global Alliance – SIGA Latin America
José Perdiz de Jesus, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD
Régis Anderson Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda
Ronaldo Botelho Piacente, procurador-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva – STJD

Além deles, há requerimentos de senadores por CEO do Botafogo e representantes da CBF

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