Vasco divulga carta aberta após polêmica de aluguel do Maracanã e relembra luta para construir São Januário
O Vasco da Gama é um gigante do futebol brasileiro por merecimento. Escreveu partes grandiosas de sua história dentro de campo, e é um dos clubes com mais motivos para se orgulhar de sua história também fora de campo. Ser vascaíno é torcer por um futuro que honre nossa história – e ela não é pequena.
O relacionamento do Vasco com seus co-irmãos – ou rivais – do futebol do Rio de Janeiro é um caso à parte. Em breve, o Clube celebrará o centenário de um dos capítulos mais importantes de sua história, a Resposta Histórica de 1924. O caminho que leva à construção desta carta tem uma raiz muito bem definida: a mudança de regras.
Após o sucesso do Clube no campeonato de 1923, tendo em seu time atletas negros, pobres e analfabetos, os demais clubes do Rio de Janeiro mudaram os critérios esportivos da liga de futebol da época. Exigiram a desfiliação dos atletas tidos como indesejáveis – o que o Vasco orgulhosamente negou – e, posteriormente, demandaram ainda que o Clube tivesse um campo próprio para mandar seus jogos. O resultado foi a construção do estádio de São Januário, o maior do Brasil e da América do Sul à época, nossa casa, nosso orgulho, nosso lar. Grandeza não se compra, grandeza se constrói.
E quis a grandeza do Clube que nossa história não fosse escrita apenas em um palco, mas em dois. Desde a inauguração do Maracanã, em 1950, o Vasco da Gama construiu uma relação íntima e vitoriosa com o maior estádio do mundo. Foi o primeiro campeão do “Maraca” e se acostumou a grandes jogos e inesquecíveis conquistas. É um caminho a não ser apagado jamais.
É natural, portanto, que o Vasco mantenha uma relação contínua com o Maracanã, levando para lá grandes jogos e públicos contra adversários tradicionais. O Vasco x Cruzeiro deste domingo é um deles.
Não chega a ser surpreendente – mas triste – que a história se repita. As regras foram modificadas novamente.
Segundo as regras vigentes, o aluguel para uso do Maracanã por clubes do Rio de Janeiro é de R$ 90 mil reais. Esta é a regra aplicada para partidas muito recentes, de alguns poucos dias atrás. Mas agora, sem qualquer justificativa, o valor cobrado para a partida do Club de Regatas Vasco da Gama foi estabelecido em R$ 250 mil reais. O Vasco pediu esclarecimentos, obtendo em troca um constrangedor silêncio.
Além disso, o Consórcio do Maracanã modificou as regras em torno dos bares e restaurantes do estádio. É praxe que o clube mandante obtenha um percentual das vendas no dia do jogo. Tal direito, no entanto, foi negado ao Vasco para o jogo deste domingo, o que significa que o consumo de mais de 60 mil vascaínos no estádio não se reverterá em recursos para o clube. Novamente, nenhuma explicação plausível nos foi oferecida.
Por fim, o Maracanã possui um espaço para mensagens institucionais, à beira do campo, no setor leste. É aquela mensagem visível nas transmissões televisivas, com dizeres escolhidos pelos clubes, direcionados aos espectadores.
O Vasco apresentou a mensagem a ser veiculada na partida deste domingo, o que foi vetado pelo consórcio. A mensagem que o Clube pretende disponibilizar é a seguinte:
“Desde 1898 o legítimo Club do povo /// Respeito, Igualdade, Inclusão”
Mais uma vez, o motivo do veto não foi explicado, o que nos leva a crer que haja algum tipo de censura à mensagem que o Vasco pretende veicular.
Demandamos o restabelecimento do valor previamente determinado pelo consórcio para o uso do Maracanã pelo Vasco, o mesmo valor que pagam os demais clubes do Rio; demandamos o restabelecimento da participação do Clube sobre as vendas nos bares e restaurantes do estádio no dia da partida; e demandamos a veiculação da mensagem do Clube na lateral do campo.
Demandamos, enfim, o respeito à história do Vasco da Gama e às regras vigentes que garantem condições iguais para os clubes cariocas que usam o estádio.
Nenhuma destas demandas se afasta do trato normal a um grande clube do Rio de Janeiro.
Infelizmente, o Vasco da Gama encontra um tratamento paralelo àquele recebido no início do século passado. Mudam as regras mas não impedirão nosso clube de exercer sua grandeza de sempre.”
Um século de lutas
O Vasco da Gama é um gigante do futebol brasileiro por merecimento. Escreveu partes grandiosas de sua história dentro de campo, e é um dos clubes com mais motivos para se orgulhar de sua história também fora de campo. Ser vascaíno é torcer por um futuro que honre nossa história – e ela não é pequena.
O relacionamento do Vasco com seus co-irmãos – ou rivais – do futebol do Rio de Janeiro é um caso à parte. Em breve, o Clube celebrará o centenário de um dos capítulos mais importantes de sua história, a Resposta Histórica de 1924. O caminho que leva à construção desta carta tem uma raiz muito bem definida: a mudança de regras.
Após o sucesso do Clube no campeonato de 1923, tendo em seu time atletas negros, pobres e analfabetos, os demais clubes do Rio de Janeiro mudaram os critérios esportivos da liga de futebol da época. Exigiram a desfiliação dos atletas tidos como indesejáveis – o que o Vasco orgulhosamente negou – e, posteriormente, demandaram ainda que o Clube tivesse um campo próprio para mandar seus jogos. O resultado foi a construção do estádio de São Januário, o maior do Brasil e da América do Sul à época, nossa casa, nosso orgulho, nosso lar. Grandeza não se compra, grandeza se constrói.
E quis a grandeza do Clube que nossa história não fosse escrita apenas em um palco, mas em dois. Desde a inauguração do Maracanã, em 1950, o Vasco da Gama construiu uma relação íntima e vitoriosa com o maior estádio do mundo. Foi o primeiro campeão do “Maraca” e se acostumou a grandes jogos e inesquecíveis conquistas. É um caminho a não ser apagado jamais.
É natural, portanto, que o Vasco mantenha uma relação contínua com o Maracanã, levando para lá grandes jogos e públicos contra adversários tradicionais. O Vasco x Cruzeiro deste domingo é um deles.
Não chega a ser surpreendente – mas triste – que a história se repita. As regras foram modificadas novamente.
Segundo as regras vigentes, o aluguel para uso do Maracanã por clubes do Rio de Janeiro é de R$ 90 mil reais. Esta é a regra aplicada para partidas muito recentes, de alguns poucos dias atrás. Mas agora, sem qualquer justificativa, o valor cobrado para a partida do Club de Regatas Vasco da Gama foi estabelecido em R$ 250 mil reais. O Vasco pediu esclarecimentos, obtendo em troca um constrangedor silêncio.
Além disso, o Consórcio do Maracanã modificou as regras em torno dos bares e restaurantes do estádio. É praxe que o clube mandante obtenha um percentual das vendas no dia do jogo. Tal direito, no entanto, foi negado ao Vasco para o jogo deste domingo, o que significa que o consumo de mais de 60 mil vascaínos no estádio não se reverterá em recursos para o clube. Novamente, nenhuma explicação plausível nos foi oferecida.
Por fim, o Maracanã possui um espaço para mensagens institucionais, à beira do campo, no setor leste. É aquela mensagem visível nas transmissões televisivas, com dizeres escolhidos pelos clubes, direcionados aos espectadores.
O Vasco apresentou a mensagem a ser veiculada na partida deste domingo, o que foi vetado pelo consórcio. A mensagem que o Clube pretende disponibilizar é a seguinte:
“Desde 1898 o legítimo Club do povo /// Respeito, Igualdade, Inclusão”
Mais uma vez, o motivo do veto não foi explicado, o que nos leva a crer que haja algum tipo de censura à mensagem que o Vasco pretende veicular.
Demandamos o restabelecimento do valor previamente determinado pelo consórcio para o uso do Maracanã pelo Vasco, o mesmo valor que pagam os demais clubes do Rio; demandamos o restabelecimento da participação do Clube sobre as vendas nos bares e restaurantes do estádio no dia da partida; e demandamos a veiculação da mensagem do Clube na lateral do campo.
Demandamos, enfim, o respeito à história do Vasco da Gama e às regras vigentes que garantem condições iguais para os clubes cariocas que usam o estádio.
Nenhuma destas demandas se afasta do trato normal a um grande clube do Rio de Janeiro.
Infelizmente, o Vasco da Gama encontra um tratamento paralelo àquele recebido no início do século passado. Mudam as regras mas não impedirão nosso clube de exercer sua grandeza de sempre.
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