Flamengo lamenta morte do rubro-negro Anderson Leonardo, vocalista do Molejo
Rio – Time do coração de Anderson Leonardo, o Flamengo lamentou a morte do vocalista do Grupo Molejo, aos 51 anos, que aconteceu nesta sexta-feira (26), no Rio, em decorrência de um câncer na região inguinal. Nas redes sociais, o Rubro-Negro destacou que o cantor sempre sempre fez questão de demonstrar orgulho da paixão que sentia pelo clube e que chegou a gravar uma música para homenageá-lo.
“O Clube de Regatas do Flamengo lamenta profundamente o falecimento do cantor Anderson Leonardo. À frente do Grupo Molejo, levou alegria para milhões de brasileiros por décadas, cantando com irreverência e leveza. Anderson sempre se orgulhou da paixão pelo Flamengo e chegou a gravar a canção “Canto do Urubu” em homenagem ao Mais Querido. O CRF se solidariza com familiares, amigos e fãs neste momento triste”, escreveu o Flamengo.
O Clube de Regatas do Flamengo lamenta profundamente o falecimento do cantor Anderson Leonardo. À frente do Grupo Molejo, levou alegria para milhões de brasileiros por décadas, cantando com irreverência e leveza. Anderson sempre se orgulhou da paixão pelo Flamengo e chegou a… pic.twitter.com/oEMbcvTacY
— Flamengo (@Flamengo) April 26, 2024
Trajetória
Anderson Leonardo nasceu em 1972 no Rio de Janeiro. Filho do veterano produtor musical Bira Haway, um dos mais importantes do samba e do pagode, o cantor e compositor se aproximou da música ainda criança. Em entrevista ao jornal “MEIA HORA”, em 2021, contou que a família e o bairro onde morava foram decisivos para o seu envolvimento com a arte.
“Você não imagina a Abolição nos anos 1970, era bem agitada. Foi aí que eu conheci o Cacique de Ramos, me apaixonei e isso nunca mais saiu da minha mente quando vi ali todos os meus ídolos”, recordou o artista, na ocasião, citando o bairro da Zona Sul e o tradicional bloco carnavalesco, onde deu seus primeiros passos no samba, através do músico Bira Presidente, líder do grupo Fundo de Quintal. Até hoje a quadra do Cacique, em Olaria, possui uma foto gigante de Anderson no panteão de grandes talentos surgidos no local.
Em 1986, ainda bem garoto, esteve em um momento antológico da TV brasileira: o especial de fim de ano de Roberto Carlos, na Globo. Naquele ano, foi um dos convidados de honra do programa, que contou, ainda, com Zeca Pagodinho, Jovelina Pérola Negra, Almir Guineto e os membros do Fundo de Quintal (Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira, Ubirany e Cleber Augusto), todos começando a “estourar” nacionalmente com o pagode. Em imagens disponíveis no YouTube, Anderson aparece bem ao lado de Roberto Carlos o tempo todo.
Em mais de 30 anos de carreira, o artista ficou conhecido como vocalista, além de ser o responsável pelo cavaquinho, do grupo Molejo, que alcançou fama nos anos 1990 com sucessos como “Cilada”, “Caçamba”, “Brincadeira de Criança” e “Dança da Vassoura”. Seu carisma e irreverência ajudaram a criar uma grande identificação junto ao público. Dividia a a liderança do grupo, considerado um dos mais importantes do samba e do pagode, com o músico Andrezinho, filho do lendário mestre André, ícone da Mocidade Independente e criador da “paradinha” da bateria nos desfiles de Carnaval.
O sucesso do grupo era tão grande que virou tema de escola de samba: “No Palco da Alegria, Molejo É Rei Nesta Folia”. O enredo foi apresentado em 1999 pelo Império da Tijuca, agremiação do Morro da Formiga, no grupo de Acesso.
Até a primeira década dos anos 2000, o Molejo era presença constante em programas populares da TV aberta, principalmente nas atrações comandadas por Xuxa, Faustão, Gugu Liberato, Raul Gil, Gilberto Barros e Jorge Perlingeiro, sempre lançando novos álbuns e hits.
No Rio, Anderson e os demais integrantes do Molejo se apresentaram em todos os grandes bares e casas de show, principalmente nas zonas Norte e Oeste, além da Baixada, Niterói e São Gonçalo. Além da música, o artista apareceu nas telas do cinema, quando fez uma participação no filme “Contravenção”, em 2021. O longa retrata a o submundo do jogo do bicho e das máquinas caça-níqueis no Rio.
Lenda do pagode, cantor morreu aos 51 anos após luta contra um câncer na região inguinal