Galope Peregrino: Venci, mas não derrubei (#63cro)

Por Catedral de Luz
19/02/2024

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Setenta e cinco minutos de bom futebol versus quinze minutos da mais pura improbabilidade.

Bem sei o que você pensa, caro leitor. A SEP merece que seus aficionados esqueçam o jogo, em virtude do resultado alcançado.

Mas causa e efeito se intercalam e confundem o nosso ponto de vista, onde o placar é apenas um singelo detalhe de algo fugindo ao controle da crônica dos entendidos em futebol.

O torcedor local, palmeirense na melhor leitura passional de ser não poupará críticas ao desempenho de alguns símbolos de sucesso das últimas temporadas. Enfim, um drible após a perda da posse de bola ou um erro de golpe de vista causaram crises constantes de dores de cabeça.

Todavia, não prolongarei o pesadelo pessoal de cada um dos que me assistem através de minha crônica, embora acredite que a injustiça mede o heroísmo de forma equivocada e mereceria uma tintura verdadeira e que não ignorasse o acaso.

Medite: Quantas histórias foram contadas a você e quantos personagens principais das mesmas não assinaram os fatos legando a eminências obscuras o sucesso final?

Pois é. Mais um capítulo aconteceu neste final de semana e dez anos mais tarde ninguém lembrará que o time alviverde teve o jogo nas mãos e cedeu o empate como uma frase de texto, onde não se soube usar a vírgula no momento correto.

Mas sucesso e fracasso se distanciam como atravessar uma rua. Justiça e injustiça dependem do ponto de vista e do temperamento de cada um no calor dos acontecimentos.

Certamente caçaremos culpados e decapitaremos cada um deles no patíbulo montado no centro da praça principal.

A vida é assim. Justiça para nós e lei para os outros.

Coincidência. A final da Supercopa e o Derby foram semelhantes. Venceram, mas não derrubaram. Comemoraram empates e nos restou apenas analisar perguntas feitas na coletiva pós-partida. Engolir perguntas do tipo “em algum momento treinamos enfrentar zagueiros no gol?” beira o surrealismo. Porém…

Acho que o envelhecimento ideológico chegou a este que vos fala.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.

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