Por que o Flamengo não abre mão do Maracanã
Torcida do Flamengo na final da Copa do Brasil – Foto: Gilvan de Souza
BLOG DO RODRIGO MATTOS: Enquanto o Vasco entrou na concorrência, Flamengo e Fluminense finalizam sua proposta pela licitação definitiva do Maracanã. Há uma aposta de que o maior número de jogos e outros itens devem dar maior pontuação à dupla na disputa. São esperadas mudanças na gestão do estádio que já está com a dupla Fal-Flu.
O TCE (Tribunal de Contas do Estado) suspendeu a licitação do estádio por 15 dias exigindo ajustes do governo do Rio de Janeiro. A previsão de entrega das propostas era para esta quinta-feira (27) e acabou prorrogada.
O Flamengo decidiu participar do processo, mesmo tendo em paralelo um projeto de estádio próprio no Gasômetro e com a insatisfação com exigências feitas no edital de licitação. São setores diferentes do clube que tocam cada projeto. A proposta é por gerir o estádio por 20 anos.
Um dos trunfos é a exigência do edital de licitação de realizar 70 jogos no Maracanã. Essa obrigação não é vista como impeditiva, mas com um peso forte na pontuação final. E participantes do processo dizem que Flamengo e Fluminense levam bastante vantagem, já que têm jogos de dois times, enquanto o Vasco tem a oferecer parte das partidas, pois ainda recebe partidas em São Januário.
Quem vencer terá o controle do calendário dos jogos, embora existam algumas restrições do edital. Flamengo e Fluminense, por exemplo, terão prioridade no uso do Maracanã, enquanto outros estarão sujeitos a encaixes. As condições comerciais para quem alugar o estádio passará a ser igual por imposição do edital – atualmente a dupla cobra mais de outros clubes.
Em outro ponto, Fla-Flu pretendem ampliar a exploração de outros ativos do estádio. Já existem restaurantes no local e o tour do estádio. Mas, com a concessão definitiva, poderão ser feitas obras para ampliar esse tipo de atividade. A realização de shows depende de calendário.
Outro ponto é a questão de manutenção. Atualmente, o Maracanã tem um custo mensal de pouco menos de R$ 2 milhões. Mas isso envolve manter o estádio sem fazer reformas estruturais para itens que se depreciam com os anos, como a cobertura do estádio. Já foram feitas melhorias, mas longe de todo o necessário.
No Flamengo, há otimismo de que o consórcio deve pontuar bem em todos os itens da licitação. Mas, durante o processo, houve bastante insatisfação com exigências como privilégios ao governo do Estado (camarotes, ingressos gratuitos, poder para influir no calendário, entre outros pontos).
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