Técnico do time sub-17 do Fluminense é Moleque de Xerém e jogou com Marcelo
Próxima da lista de geração promissora que surge nas divisões de base do Fluminense, a ‘Esquadrilha 07’ tem em seu comando um Moleque de Xerém. O técnico Felipe Canavan é um ex-jogador revelado pelo Tricolor que voltou às origens para dar início a uma nova fase no futebol e que pode conquistar o primeiro título relevante no sub-17. Para isso, inicia nesta quarta-feira (17), junto aos garotos, a semifinal da Copa do Brasil, às 15h (de Brasília) contra o Sport, em Pernambuco.
À frente de uma geração que passa muita esperança ao clube e à torcida, Felipe tem um início animador à frente do sub-17, com sete vitórias e três empates, além de 29 gols marcados em 10 jogos, sendo cinco vencidos por goleada. Desempenho que só aumenta a expectativa pelos jovens, algo que busca trabalhar diariamente.
“É uma geração que o clube aposta muito, que conquistou bastante coisa no sub-14 e no sub-15. É uma questão que a gente busca lidar diariamente. Porque a gente sabe que o entorno dos jogadores de futebol de base, hoje, é muito agitado. A gente precisa lidar com todo esse contexto. A expectativa da família, dos agentes, do clube. Mas confesso que tenho achado os meninos bem maduros”, afirmou.
E Felipe Canavan conhece bem esse assunto. Moleque de Xerém no início dos anos 2000, quando o CT da base estava se estruturando, ele começou no mesmo ano de Marcelo, com quem jogou várias temporadas e criou amizade.
Chegou a atuar profissionalmente pelo Fluminense em 2008, mas entrou em campo em apenas três jogos. Sem espaço, rodou por clubes de menor expressão e conviveu com sequência de lesões musculares e no púbis, até resolver se aposentar aos 28 anos, em 2016, quando estava no Americano.
“Eu entendi que era o momento de virar a chave, sabia que seguiria no futebol Quando eu tomei essa decisão de parar de jogar, resolvi voltar a Xerém, eu já estava estudando educação física e já tinha me matriculado no curso de treinador da CBF. Revi amigos e conversei com as pessoas, para entender de que forma eu poderia tentar encontrar uma oportunidade”, explica.
Passagens por outras categorias
Em 2023, Felipe Canavan comandou o Fluminense Sub-15 e conquistou cinco títulosLenardo Brasil / Fluminense
A oportunidade veio como estagiário da preparação física na equipe sub-20. Após 10 meses, foi contratado como auxiliar da preparação física, até migrar para a área técnica um ano depois. E assim como iniciou a carreira de jogador, passou por várias categorias nas divisões de base do Fluminense.
De auxiliar do sub-14, subiu a escada em cada categoria, até o sub-20. Em 2022, recebeu a primeira oportunidade como técnico, novamente no sub-14. No ano seguinte foi para o sub-15, onde ficaria também em 2024, mas a saída de Caio Couto dos juniores, em fevereiro, obrigou o clube a fazer uma mudança geral e antecipou a subida de categoria de Felipe Canavan.
“É uma oportunidade bem legal, eu me sinto privilegiado de vivenciar isso de novo. É uma caminhada um pouco parecida com a de atleta. Xerém virou minha segunda casa. Eu sabia que o meu primeiro passo nessa nova jornada teria que ser aqui. Sou muito grato ao clube, a Xerém e a todas as pessoas que estão no dia a dia”, agradece Felipe, que sonha ser técnico do time profissional no futuro.
“Eu estou muito feliz com o meu momento. Meu objetivo é ganhar para quando surgir a oportunidade no profissional. É um objetivo, pretendo um dia dar esse passo, mas com bastante tranquilidade”.
Relação de Felipe Canavan com Marcelo
Mesmo juntos desde o início nas divisões de base do Fluminense, o treinador e o lateral-esquerdo seguiram rumos diferentes, mas continuaram se falando. Ao longo desses anos de trabalho em Xerém, Felipe buscou a ajuda de Marcelo algumas vezes, mesmo quando o amigo estava no Real Madrid. Gravações de vídeos e recados para os novos Moleques de Xerém se tornaram uma constante.
“Vira e mexe estou perturbando ele para gravar vídeo para mim (risos). A geração 2003, muito vitoriosa que tivemos em 2020 pelo sub-17, foram vários vídeos dele dando ideia, conselhos. Foi o ano em que fomos campeões brasileiros com Matheus Martins, Kayky, Metinho, os grandes nomes daquela campanha. Ele estava próximo da gente até antes de voltar ao Fluminense”, revela o técnico, que complementa:
“A gente cultivou uma amizade bacana e fiquei muito feliz por ele ter voltado. Para a gente é muito importante ter um cara como Marcelo no clube, dá ainda mais visibilidade a Xerém”.
Veja outras declarações do técnico do sub-17 do Fluminense
Felipe Canavan está à frente da promissora geração do Fluminense conhecida como ‘Esquadrilha 07’Lenardo Brasil / Fluminense
Como estão os garotos em relação à expectativa alta neles
“Ele estão bem focados, muito preocupados em evoluir, com o desenvolvimento individual e coletivo da equipe. Eu estou muito satisfeito com o que a gente tem feito até aqui, porque eu não estou vendo essa empolgação toda neles. Estou vendo um grupo maduro, focado, sabendo o que quer e também que é difícil. Não vai cair no céu.”
“Ele estão bem focados, muito preocupados em evoluir, com o desenvolvimento individual e coletivo da equipe. Eu estou muito satisfeito com o que a gente tem feito até aqui, porque eu não estou vendo essa empolgação toda neles. Estou vendo um grupo maduro, focado, sabendo o que quer e também que é difícil. Não vai cair no céu.”
A experiência de Moleque de Xerém para ajudar o time
“Cheguei bem garoto, com 13 para 14 anos aqui. E hoje liderando o processo como treinador nas nossas categorias, eu vejo a importância que essa bagagem que trago de dentro do campo. São detalhes de treino e de jogo que vejo que posso ajudar um menino. Considero que tenho boa capacidade de me colocar no lugar deles e isso tem ajudado a acelerar a adaptação e sigo ajudando os meninos a se desenvolverem para chegarem ao profissional e poderem jogar pelo Fluminense.”
“Cheguei bem garoto, com 13 para 14 anos aqui. E hoje liderando o processo como treinador nas nossas categorias, eu vejo a importância que essa bagagem que trago de dentro do campo. São detalhes de treino e de jogo que vejo que posso ajudar um menino. Considero que tenho boa capacidade de me colocar no lugar deles e isso tem ajudado a acelerar a adaptação e sigo ajudando os meninos a se desenvolverem para chegarem ao profissional e poderem jogar pelo Fluminense.”
O que mais mudou em Xerém do tempo de jogador
Melhorou de maneira absurda. Os campos, a qualidade do gramado também melhorou muito, porque hoje é uma situação que o clube dá muito valor. A questão dos vestiários que melhorou muito, alimentação. Os projetos que existem são ainda mais ambiciosos, e que muito em breve vamos ver outras obras que vão qualificar ainda mais”.
Melhorou de maneira absurda. Os campos, a qualidade do gramado também melhorou muito, porque hoje é uma situação que o clube dá muito valor. A questão dos vestiários que melhorou muito, alimentação. Os projetos que existem são ainda mais ambiciosos, e que muito em breve vamos ver outras obras que vão qualificar ainda mais”.
Como são as visitas de Marcelo a Xerém
“Uma identificação absurda com o clube, com Xerém também, a maior prova disso são as visitas que ele costuma fazer. A mesma sensação que eu tenho de me sentir em casa é a dele. Vem, beija todo mundo, abraça os funcionários, atende a todos, tira foto, dá autógrafo”.
“Uma identificação absurda com o clube, com Xerém também, a maior prova disso são as visitas que ele costuma fazer. A mesma sensação que eu tenho de me sentir em casa é a dele. Vem, beija todo mundo, abraça os funcionários, atende a todos, tira foto, dá autógrafo”.
Planos para o futuro
“Eu estou muito feliz com o meu momento. Sou grato às pessoas que me deram a oportunidade, pelas portas que me deixaram abertas. Estou desfrutando desse momento no sub-17, onde tinha muita vontade de trabalhar e que me veio num momento muito desafiador da carreira, porque a gente vai subindo e proporcionalmente a pressão também. Estou tranquilo, cabeça boa, quero vivenciar isso e um dia avançar à próxima categoria, mas sem pressa”.
“Eu estou muito feliz com o meu momento. Sou grato às pessoas que me deram a oportunidade, pelas portas que me deixaram abertas. Estou desfrutando desse momento no sub-17, onde tinha muita vontade de trabalhar e que me veio num momento muito desafiador da carreira, porque a gente vai subindo e proporcionalmente a pressão também. Estou tranquilo, cabeça boa, quero vivenciar isso e um dia avançar à próxima categoria, mas sem pressa”.
Felipe Canavan, que atuou pouco pelo profissional do Tricolor, refaz caminhada na base em nova profissão. Com geração promissora, ele disputa a semifinal da Copa do Brasil da categoria