Sem reestruturação, Pracownik estima que dívida do Flamengo estaria em R$ 3 bilhões atualmente

Claudio Pracownik – Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

ESPN: O Flamengo, hoje, é um dos clubes com folha salarial mais alta do futebol brasileiro, tendo recursos para investir em grandes contratações ano após ano e com títulos de sobra nas temporadas recentes.

Anos atrás, porém, isso era impensável. Vice-presidente de finanças no mandato de Eduardo Bandeira de Mello, Claudio Pracownik abriu o jogo sobre o período em que chegou no clube e fez uma projeção de quanto o Flamengo podia estar devendo se não tivesse adequado sua realidade.

“Cada um real que recebia, pagava 13 de dívida. Nós éramos uma Dívida Futebol Clube. Vemos o Botafogo ser vendido para um grupo de mídia, um projeto de reestruturação bacana. Falavam que o Botafogo estava quebrado, com 1,2 de dívida. A do Flamengo seria muito superior a essa. Se era R$ 880 milhões estimado em 2013, bota o índice de correção e veja quanto seria: R$ 3 bilhões”, disse em entrevista ao Charla Podcast.

Pracownik chegou a citar uma negociação de dívida que teve no início do mandato com um jogador, sem citar nomes, para exemplificar a situação crítica do clube.

“Teve uma negociação com um jogador que estava querendo penhorar o Flamengo. Peguei ele, levei até a varanda da Gávea e mostrei a piscina para ele. Vazia. Que foi um símbolo da nossa gestão. A piscina estava com furo. Não dava para botar água se ela vai embora. É o símbolo do desperdício econômico”, afirmou.

“Ai falei para ele que a bomba da piscina tinha duas penhoras. ‘Você acha que eu estou preocupado com a sua penhora? Estou oferecendo te pagar e vou honrar. Vai receber tudo, no tempo que eu possa te pagar. Ou você pode se contentar a ser a terceira penhora da bomba’. Ele falou: vamos entrar e conversar”, completou.

Por fim, o ex-dirigente traçou comparação com a situação vivida nos últimos anos pelo Cruzeiro, afirmando que a diretoria rubro-negra admitia a possibilidade de uma queda para a Série B, mas que não abria mão do projeto de recuperar o clube financeiramente.

“Você pode seguir aquele mundo antigo, de ir se endividando e chegar aonde o Cruzeiro chegou. A gente sabia que podia acontecer (o rebaixamento). A gente foi campeão da Copa do Brasil (2013) sei lá como, na camisa. A gente falava: se tiver que cair, vai cair, mas a gente sobe para nunca mais cair. Cruzeiro foi o contrário: caiu e foi ficando. Se não tivesse a oportunidade da lei da SAF, poderia ficar lá o resto da vida, cair para a Série C e acabar o clube”, finalizou.

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