Repórter da ESPN relata xingamento e beijo no ombro de torcedor do Flamengo
Rio – A repórter da ESPN, Jéssica Dias, relatou em depoimento à polícia, que o torcedor do Flamengo, Marcelo Benevides Silva, já tinha a assediado antes de aparecer ao ar. Ela relatou ter sido xingada e beijada no ombro pelo rubro-negro. As informações foram divulgadas pelo portal “G1”. O torcedor, que estava com seu filho, acabou sendo preso em flagrante. Na audiência de custódia, o Juizado Especial Criminal manteve a prisão e a converteu em preventiva. Benevides está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona central do Rio de Janeiro.
Em contato com o portal “UOL”, o advogado de Marcelo, Thiago José, afirmou que seu cliente é inocente e que sua atitude não teve como objetivo assediar a repórter da ESPN. “O meu cliente não cometeu um crime. Aquele beijo foi um beijo fraternal. Um beijo de torcedor, um beijo de admirador, de uma pessoa que admira a equipe da ESPN. O meu cliente acompanha o trabalho da reportagem ESPN. Então naquele momento de interação, ele sentiu o momento de ele participar, mas participar com felicidade, sem agredir, sem causar problemas ou gerar danos. Sem conduta dolosa. Meu cliente é inocente. Aquele beijo foi um beijo simples, sem intenção de maldade. O meu cliente é uma pessoa boa”, disse.
Em seu perfil oficial no Instagram, Jéssica também fez relatos sobre o assédio que sofreu do torcedor do Flamengo. “Foi só um beijinho no rosto. Não. Não foi. Antes tiveram muitos xingamentos e importunação porque o ao vivo demorava. Pedi calma e para que não ficasse xingando, não precisava. Vieram os ‘pedidos de desculpa’ com alisamentos nos ombros e um beijo no local. Eu estava prestes a ser chamada para o link e mantive a posição, existe uma logística que exige concentração. Outra tentativa de beijo no ombro. Me esquivei e meu câmera o chamou a atenção dele. O último ato foi o beijo no rosto. Que poderia ter sido na boca e não mudaria nada. Eu sofri importunação sexual enquanto trabalhava e isso é crime. Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3h em uma delegacia. Eu só queria trabalhar”, disse.
Entenda o caso
O torcedor do Flamengo, Marcelo Benevides Silva, foi preso na noite da última quarta-feira após assediar a repórter da ESPN, Jéssica Dias. Ela foi beijada no rosto enquanto fazia a cobertura da semifinal entre o clube carioca e o Velez, no Maracanã, pela semifinal da Libertadores.
Após o assédio – além do beijo, ele estava passando a mão nela – enquanto ocorria uma transmissão ao vivo do lado de fora do Maracanã, o Flamengo enviou dois advogados para dar suporte à repórter. Mais tarde, o clube também soltou uma nota, repudiando o ocorrido.
“O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam”, publicou o perfil do Rubro-Negro nas redes sociais.
“O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam”, publicou o perfil do Rubro-Negro nas redes sociais.
Outros clubes, como Vasco e Fluminense, também soltaram notas em apoio à repórter da ESPN, assim como veículos de imprensa. O canal de TV também se manifestou e avisou que além do suporte à profissional, também levará o caso até as últimas consequências.
“Nossa repórter Jéssica Dias foi hoje vítima de assédio na porta do Maracanã, onde trabalhava na cobertura de Flamengo x Velez. Atitudes como essa não cabem hoje no nosso planeta, seja em um jogo de futebol ou na casa de qualquer mulher. Nossa equipe que acompanhava a Jéssica conseguiu segurar o agressor e pediu à polícia que o encaminhasse para a delegacia do Maracanã.
Jéssica, como toda mulher deve fazer, registrou boletim de ocorrência. A ESPN e a Disney repudiam qualquer tipo de agressão contra as mulheres. A empresa vai dar todo apoio a nossa repórter e esperamos que o agressor seja punido com todo o rigor que a lei permite”.
Advogado do rubro-negro afirmou que cliente ‘não cometeu crime’