Presidente da Ferj fala sobre SAFs e destaca o impacto financeiro no futebol carioca
Rio – O ano de 2022 marcou a chegada de duas Sociedade Anônimas do Futebol (SAF) ao futebol carioca. O Botafogo com John Textor e o Vasco com a 777 Partners iniciaram vendendo ativos do futebol para os investidores. Em entrevista ao canal “Resenha com TF”, o presidente da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), Rubens Lopes, destacou que as SAFs podem ajudar a equilibrar o lado financeiro dos grandes clubes.
Sobre a SAF, ela foi criada com o objetivo de dar segurança a um investidor que pudesse aportar seus recursos e ter maior segurança na forma de aplicação e no retorno do investimento. Os clubes, em alguma dificuldade financeira, viram nesse modelo uma forma de ter aporte imediato de recursos que lhes permitissem sobrevivência e competitividade. Nada mais é que uma instituição, uma forma jurídica, empresarial, que não é garantia de sucesso. Tudo passa por gestão. Se a gestão da SAF foi ruim, o resultado vai ser ruim. Não é o modelo que é garantia de sucesso”, disse.
Rubens Lopes também falou sobre o impacto que as SAFs podem ter nas competições nacionais.
” É uma forma promissora, as pessoas não estão ali para brincar, a não ser que esteja com dinheiro além da conta. Não acredito que o presidente da SAF do Botafogo tenha entrado só para brincar e depois não queira mais o clube. Vislumbra como negócio. É a expectativa que todo botafoguense tem. Eu posso referendar isso. Mas é uma forma muito nova. Começamos a conviver com isso agora, tem oito meses, vamos aguardar. De uma forma imediatista, financeiramente foi uma solução que permitiu ter uma certa tranquilidade, reforçada pela expectativa de que recursos serão aportado”, disse, antes de completar:
“Uma consequência imediata é o desequilíbrio econômico que vai acontecer nas competições. Não há dúvida. Vamos ter Fórmula 1 com Ferrari, McLaren e com fusquinhas lá atrás. Isso vai acontecer na primeira competição nacional. No Estadual não sei se tanto assim, porque a competição se resume em protagonistas e coadjuvantes. Antes tinha um desequilíbrio pelo Flamengo em si, com situação econômica muito melhor. Agora tem mais duas outras marcas que podem concorrer de imediato, é só colocar o dinheiro lá. O Fluminense eu não sei como vai se situar economicamente no meio desse poderio econômico dos outros. Quando transporta para a Série A, fica um pouco mais complicado. O desnível vai aumentar muito e impactar no resultado de campo, no resultado técnico da competição, na probabilidade de quem pode ser campeão ou não. Vai aumentar a previsibilidade”, finalizou o presidente da FERJ.
Além de Botafogo e Vasco, outros clubes no Brasil também já estão nos moldes da SAF, como o Cruzeiro, o América-MG e o Cuiabá. Além deles, o Bahia está próximo de vender os seus ativos do futebol para o Grupo City.
Rubens Lopes destacou, no entanto, que a venda de uma SAF não é garantia de sucesso