Palmeiras vê conversa entre Dudu e Anderson Barros antes de saída polêmica do clube ser exposta

Em áudios divulgados, atacante diz que não sentiu vontade do clube em mantê-lo; dirigente compara saída a casos como Casemiro e Cristiano Ronaldo

Bastidores revelados

Dudu voltou ao centro das atenções no Palmeiras por um motivo extracampo. O atacante do Atlético-MG revelou o conteúdo de uma conversa com Anderson Barros, diretor de futebol do Verdão, expondo os bastidores de sua saída do clube em dezembro. O diálogo, registrado em áudio, foi divulgado pelo estafe do jogador para comprovar que ele gostaria de permanecer no clube, ao contrário da versão veiculada anteriormente.

Na conversa, Dudu deixa claro que sua intenção era cumprir o contrato até o fim, mas não sentiu reciprocidade por parte da diretoria. “Para mim é isso o que o meu coração sente. O que eu sinto é que alguém vai, entendeu? Não é que um desejo de falar não, Dudu. Quero que você fique pelo menos até o final do seu contrato renovado”, afirmou.

Anderson Barros tentou justificar a postura do clube alegando que decisões desse porte precisam considerar o planejamento estratégico do elenco e usou exemplos internacionais para comparar: “Eu posso te comparar. Foi o caso do próprio Cristiano Ronaldo… Ele seguiu o caminho dele. Continua sendo o ídolo que é dentro do Real Madrid”.

Distanciamento de Leila e Abel

Durante a conversa, Dudu ainda apontou um distanciamento de Abel Ferreira e da presidente Leila Pereira, o que reforçou sua percepção de que não era mais prioridade no clube. “A presidente eu nem sei como converso. O treinador chamou para conversar e deu a entender que tanto faz. Se quer continuar, continua. Você quer ir embora também. Para ele tanto faz”, declarou.

O tom da fala de Anderson também revelou incômodo diante da pressão envolvendo o jogador: “Qualquer assunto que você tenha que definir com os jogadores do seu porte… você é o jogador mais pesado do Palmeiras. Qualquer decisão que se toma em relação a você vai ter um impacto absurdo”.

Dudu encerrou o diálogo manifestando tristeza, mas conformado com o desfecho. “Acho que a gente tem que estar onde as pessoas também querem que a gente esteja. Eu sei que às vezes eu não sei se vocês querem que eu continue. Eu não quero. Mas tá tudo bem, tudo tranquilo.”

A revelação da conversa ocorre em um momento delicado para o jogador, que cumpre punição de seis jogos e multa de R$ 90 mil por misoginia contra Leila Pereira, segundo decisão do STJD. Enquanto aguarda o desfecho do recurso do Atlético-MG, o atacante vê sua história no Palmeiras ser recontada com versões opostas – agora, com provas de sua própria voz.

Trechos da conversa entre Dudu e Anderson Barros:

Anderson Barros: “Nós temos um contrato até 2025 na qual, se você fizer 50% dos votos aumenta e vai ter mais um contrato, vai ter mais um contrato, vai ter mais um contrato até o dia que você entender que se encerra. Isso é uma cultura do clube. (…) Fizeram dessa forma e fazem dessa forma. E é dessa forma que a gente entende que tem que ser feito, né? (…) Eu acho que eu posso te comparar. Que foi o caso do próprio Cristiano Ronaldo, tá? Quando ele sai do Real Madrid, ele tinha uma proposição altíssima da Juventus. Que eu não vou. Eu não vou competir com isso. É nessa linha que a gente está seguindo. Então, eu não estou comparando você com nenhum outro jogador. Talvez o Casemiro que aconteceu recentemente, a mesma coisa. Ele começou a ter um trabalho, recebeu uma proposta do Manchester United. Financeiramente, para ele, era muito melhor, porque acabou de completar a independência financeira dele. Ele seguiu o caminho dele. Continua sendo o ídolo que é dentro do Real Madrid. O Cristiano acabou não tendo a idolatria confirmada porque ele acabou tendo um problema com o Florentino Pérez. Aí os dois acabaram se batendo, né? E assim, outros tantos atletas desses clubes que acabaram por sair e seguiram seus caminhos. Então é isso que eu estou só tentando te mostrar. Hoje você tem o que você financeiramente entende. O Palmeiras está ok, não colocou nenhum problema.”

Dudu: “Para mim é isso o que o meu coração sente. O que eu sinto é que alguém vai, entendeu? Não é que um desejo de falar não, Dudu. Quero que você fique pelo menos até o final do seu contrato renovado. Para mim, tanto faz renovar ano que vem, Se eu não renovar, eu vou sair no ano que vem, em dezembro, Cruzeiro vai me querer Santos, Corinthians, quem quer que seja. Time para mim não vai faltar. Eu tenho certeza. (…) Eu acho que pelo lado do torcedor. Zero zero. porque eu sei do amor, do carinho e do respeito que eles.”

Anderson Barros: “O que eu procuro fazer aqui? Manter o clube estável, equilibrado financeiramente e estruturalmente, técnica e taticamente, para que ele possa ter condições de competir. Quando a gente consegue isso, consegue estar mais próximo dos resultados. Só que às vezes tem horas e essa é uma hora delas. Apesar de toda minha tranquilidade e serenidade, isso é um assunto que me tira do prumo. Porque é pesado. Você é muito pesado. Qualquer assunto que você tenha que definir com os jogadores do seu porte, porque o tamanho é muito grande. Apesar de seu um metro e 66, um metro e 67, você é o jogador mais pesado do Palmeiras, então qualquer decisão que se toma em relação a você vai ter um impacto absurdo, absurdo.”

Anderson Barros: “Conversei juntamente com a senhora presidente. Isso é uma decisão que vai passar muito por ela. Eu vou construir em razão do pedido que eu tive. Nenhuma dificuldade, nenhuma. (…). O justo é dar todas as condições para que a coisa aconteça. E é o que eu vou fazer hoje. Se o Dudu quiser dar continuidade ao seu processo, Ok, ele tem contrato em vigência. Ele vai seguir o trabalho dele e, como você disse, vai conquistar o teu espaço dentro de campo, porque você tem qualidade para tal ou muito mais qualidade do que a grande maioria tratar. Fisicamente, você conhece teu corpo melhor do que qualquer um outro. Mas a decisão vai ser feita em cima dessas condições. Eu não estou nem jogando mais para você. E também não é justo. Também não é justo. Não é justo. Jamais faria isso.”

Dudu: “Mais meu desejo. Você sabe disso. Jamais eu ia querer sair do Palmeiras. Eu só quero. E eu só quero que eu não vou falar do Palmeiras porque o Palmeiras envolve torcida, envolve tudo. Vou falar vocês. Você, a presidente e o treinador. Entendeu? Porque o Palmeiras, é a torcida é todo mundo. Então vou falar de vocês três. A presidente eu nem sei como converso Da ‘Oi’ aqui quando saio, quando posso. Tem o jeito dela de transmitir as coisas para você. Então é mais você e o treinador. O treinador chamou para conversar depois do treino. E o que deu o entender dele também, que tanto faz. Se quer continuar, continua. Você quer ir embora também. Para ele tanto faz, entendeu? Esse é o sentimento que eu que eu tenho depois da conversa dele, conversei com ele três vezes essa semana sobre o meu jogo, sobre meus jogos, sobre ir para o jogo. E agora que teve essa conversa, agora, depois do treino, ali e esse é o desejo, é o que eu sinto. Então se for assim, eu vou lá, eu vou. Entendeu? Acho que acho que a gente tem que estar onde as pessoas também querem que a gente esteja. Eu sei que às vezes eu não sei se vocês querem que eu continue. Eu não quero. Mas tá tudo bem, tudo tranquilo.”

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Bastidores revelados

Dudu voltou ao centro das atenções no Palmeiras por um motivo extracampo. O atacante do Atlético-MG revelou o conteúdo de uma conversa com Anderson Barros, diretor de futebol do Verdão, expondo os bastidores de sua saída do clube em dezembro. O diálogo, registrado em áudio, foi divulgado pelo estafe do jogador para comprovar que ele gostaria de permanecer no clube, ao contrário da versão veiculada anteriormente.

Na conversa, Dudu deixa claro que sua intenção era cumprir o contrato até o fim, mas não sentiu reciprocidade por parte da diretoria. “Para mim é isso o que o meu coração sente. O que eu sinto é que alguém vai, entendeu? Não é que um desejo de falar não, Dudu. Quero que você fique pelo menos até o final do seu contrato renovado”, afirmou.

Anderson Barros tentou justificar a postura do clube alegando que decisões desse porte precisam considerar o planejamento estratégico do elenco e usou exemplos internacionais para comparar: “Eu posso te comparar. Foi o caso do próprio Cristiano Ronaldo… Ele seguiu o caminho dele. Continua sendo o ídolo que é dentro do Real Madrid”.

Distanciamento de Leila e Abel

Durante a conversa, Dudu ainda apontou um distanciamento de Abel Ferreira e da presidente Leila Pereira, o que reforçou sua percepção de que não era mais prioridade no clube. “A presidente eu nem sei como converso. O treinador chamou para conversar e deu a entender que tanto faz. Se quer continuar, continua. Você quer ir embora também. Para ele tanto faz”, declarou.

O tom da fala de Anderson também revelou incômodo diante da pressão envolvendo o jogador: “Qualquer assunto que você tenha que definir com os jogadores do seu porte… você é o jogador mais pesado do Palmeiras. Qualquer decisão que se toma em relação a você vai ter um impacto absurdo”.

Dudu encerrou o diálogo manifestando tristeza, mas conformado com o desfecho. “Acho que a gente tem que estar onde as pessoas também querem que a gente esteja. Eu sei que às vezes eu não sei se vocês querem que eu continue. Eu não quero. Mas tá tudo bem, tudo tranquilo.”

SP – SAO PAULO – 08/11/2024 – BRASILEIRO A 2024, PALMEIRAS X GREMIO – Dudu jogador do Palmeiras durante partida contra o Gremio no estadio Arena Allianz Parque pelo campeonato Brasileiro A 2024. Foto: Anderson Romao/AGIF

A revelação da conversa ocorre em um momento delicado para o jogador, que cumpre punição de seis jogos e multa de R$ 90 mil por misoginia contra Leila Pereira, segundo decisão do STJD. Enquanto aguarda o desfecho do recurso do Atlético-MG, o atacante vê sua história no Palmeiras ser recontada com versões opostas – agora, com provas de sua própria voz.

Trechos da conversa entre Dudu e Anderson Barros:

Anderson Barros: “Nós temos um contrato até 2025 na qual, se você fizer 50% dos votos aumenta e vai ter mais um contrato, vai ter mais um contrato, vai ter mais um contrato até o dia que você entender que se encerra. Isso é uma cultura do clube. (…) Fizeram dessa forma e fazem dessa forma. E é dessa forma que a gente entende que tem que ser feito, né? (…) Eu acho que eu posso te comparar. Que foi o caso do próprio Cristiano Ronaldo, tá? Quando ele sai do Real Madrid, ele tinha uma proposição altíssima da Juventus. Que eu não vou. Eu não vou competir com isso. É nessa linha que a gente está seguindo. Então, eu não estou comparando você com nenhum outro jogador. Talvez o Casemiro que aconteceu recentemente, a mesma coisa. Ele começou a ter um trabalho, recebeu uma proposta do Manchester United. Financeiramente, para ele, era muito melhor, porque acabou de completar a independência financeira dele. Ele seguiu o caminho dele. Continua sendo o ídolo que é dentro do Real Madrid. O Cristiano acabou não tendo a idolatria confirmada porque ele acabou tendo um problema com o Florentino Pérez. Aí os dois acabaram se batendo, né? E assim, outros tantos atletas desses clubes que acabaram por sair e seguiram seus caminhos. Então é isso que eu estou só tentando te mostrar. Hoje você tem o que você financeiramente entende. O Palmeiras está ok, não colocou nenhum problema.”

Dudu: “Para mim é isso o que o meu coração sente. O que eu sinto é que alguém vai, entendeu? Não é que um desejo de falar não, Dudu. Quero que você fique pelo menos até o final do seu contrato renovado. Para mim, tanto faz renovar ano que vem, Se eu não renovar, eu vou sair no ano que vem, em dezembro, Cruzeiro vai me querer Santos, Corinthians, quem quer que seja. Time para mim não vai faltar. Eu tenho certeza. (…) Eu acho que pelo lado do torcedor. Zero zero. porque eu sei do amor, do carinho e do respeito que eles.”

Anderson Barros: “O que eu procuro fazer aqui? Manter o clube estável, equilibrado financeiramente e estruturalmente, técnica e taticamente, para que ele possa ter condições de competir. Quando a gente consegue isso, consegue estar mais próximo dos resultados. Só que às vezes tem horas e essa é uma hora delas. Apesar de toda minha tranquilidade e serenidade, isso é um assunto que me tira do prumo. Porque é pesado. Você é muito pesado. Qualquer assunto que você tenha que definir com os jogadores do seu porte, porque o tamanho é muito grande. Apesar de seu um metro e 66, um metro e 67, você é o jogador mais pesado do Palmeiras, então qualquer decisão que se toma em relação a você vai ter um impacto absurdo, absurdo.”

Anderson Barros: “Conversei juntamente com a senhora presidente. Isso é uma decisão que vai passar muito por ela. Eu vou construir em razão do pedido que eu tive. Nenhuma dificuldade, nenhuma. (…). O justo é dar todas as condições para que a coisa aconteça. E é o que eu vou fazer hoje. Se o Dudu quiser dar continuidade ao seu processo, Ok, ele tem contrato em vigência. Ele vai seguir o trabalho dele e, como você disse, vai conquistar o teu espaço dentro de campo, porque você tem qualidade para tal ou muito mais qualidade do que a grande maioria tratar. Fisicamente, você conhece teu corpo melhor do que qualquer um outro. Mas a decisão vai ser feita em cima dessas condições. Eu não estou nem jogando mais para você. E também não é justo. Também não é justo. Não é justo. Jamais faria isso.”

Dudu: “Mais meu desejo. Você sabe disso. Jamais eu ia querer sair do Palmeiras. Eu só quero. E eu só quero que eu não vou falar do Palmeiras porque o Palmeiras envolve torcida, envolve tudo. Vou falar vocês. Você, a presidente e o treinador. Entendeu? Porque o Palmeiras, é a torcida é todo mundo. Então vou falar de vocês três. A presidente eu nem sei como converso Da ‘Oi’ aqui quando saio, quando posso. Tem o jeito dela de transmitir as coisas para você. Então é mais você e o treinador. O treinador chamou para conversar depois do treino. E o que deu o entender dele também, que tanto faz. Se quer continuar, continua. Você quer ir embora também. Para ele tanto faz, entendeu? Esse é o sentimento que eu que eu tenho depois da conversa dele, conversei com ele três vezes essa semana sobre o meu jogo, sobre meus jogos, sobre ir para o jogo. E agora que teve essa conversa, agora, depois do treino, ali e esse é o desejo, é o que eu sinto. Então se for assim, eu vou lá, eu vou. Entendeu? Acho que acho que a gente tem que estar onde as pessoas também querem que a gente esteja. Eu sei que às vezes eu não sei se vocês querem que eu continue. Eu não quero. Mas tá tudo bem, tudo tranquilo.””}]]  

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