Marcos Braz destaca crescente do Flamengo no mercado europeu: “Começaram a ver transformação”
Marcos Braz e, ao fundo, Rodolfo Landim – Foto: Gilvan de Souza / Flamengo
ESPN: A janela de transferências no Brasil foi comemorada no Flamengo, tanto pela torcida quanto dentro do próprio clube. Brigando por três títulos simultaneamente, o Rubro-Negro mostra a força do elenco a cada partida, quando o técnico Dorival Junior agora pode optar a mandar a campo nomes como Arturo Vidal, Everton Cebolinha, Guillermo Varela e Erick Pulgar, atletas com histórico de atuações em seleções nacionais.
Em comum entre eles, assim como outros reforços contratados recentemente, está o fato de terem chegado à Gávea vindos da Europa, mesmo sendo sul-americanos. Segundo Marcos Braz, a ‘prioridade’ na busca por jogadores atuando no Velho Continente já é uma constante na diretoria de futebol há mais de três anos, e começou com as contratações de nomes de peso como Rafinha e Filipe Luís.
“Acho que no começo, em 2019, você tinha, talvez, algumas barreiras e desconfiança maior. Conforme foi virando cotidiano, isso foi melhorando. Quando a gente chega, em janeiro de 2019, o processo de contratação do Rafinha, jogador do Bayern de Munique, em janeiro não foi possível, mas que em dezembro foi. Quando você chega no meio do semestre de 2019, a gente começa a entender que poderia contratar o Filipe Luís, que era um jogador da seleção brasileira, Copa América, Atlético de Madrid, acho que as pessoas começaram a ver essa transformação”, disse o vice-presidente do clube em entrevista ao podcast Charla, no Youtube.
“Desde que assumi, em janeiro de 2019, entendia que o Flamengo precisava passar por um processo de ter um técnico estrangeiro, tanto que fizemos com o Jorge Jesus, e fizemos com os que também não deram certo. Mas acho que isso também facilitou e foi importante para a gente entender o tamanho do Flamengo, ou mais do que isso, o tamanho do que o Flamengo pode chegar”.
O dirigente ainda usou como exemplo a negociação pelo uruguaio Brian Rodríguez, que ficou perto de ser reforço no Flamengo para a temporada.
“Não tenha dúvida: o problema da moeda e do Brasil está no continente sul-americano. Isso te coloca em algumas situações em que você não está em igualdade de condições para trazer jogador. Por exemplo, as pessoas falam muito: ‘É só jogador europeu?’. Não! A gente contrata qualquer um que possa vir. Por exemplo, nessa janela nós tentamos contratar, chegamos muito próximo de um jogador que está nos Estados Unidos (Brian Rodríguez), que está na MLS. Fechamos com o jogador, o empresário disse que teríamos uma condição dentro do clube, na hora de trazer, não conseguimos, e por um acaso estava nos Estados Unidos. Isso acontece”.
“A gente tentou contratar um cabeça de área que estava no River [Plate], que estava sendo monitorado por Benfica e Milan. Como vou disputar? A não ser você conhecendo o mercado e um pouco desse jogo. O Benfica foi e pagou o que nós não iríamos pagar e levou o jogador. O que eu quero dizer é: o Flamengo vai buscar jogador aonde estiver. Por um acaso, na nossa avaliação, nesses anos os jogadores que nós mais queríamos ou que tinha mais condições, estavam na Europa”.
“Um fator preponderante, um grau facilitador: com o nome do Flamengo hoje, a gente chega lá e compra um jogador para pagar em três ou quatro anos. O dinheiro lá é mais barato do que aqui. Se o time que está vendendo lá, enxerga que o time que está comprando é bom pagador e não vai ter nenhum problema… E às vezes nem vende o jogador todo, vai ficar com percentual. O Flamengo ainda é uma vitrine mundial. O clube chega e vende pra gente. Sabe que vai receber, tem o dinheiro um pouco mais barato e ainda tem um percentual que ainda pode ser valorizado”.
“Um bom exemplo é o Gerson. O Flamengo contratou o Gerson mais barato do que a Roma havia contratado. Pegamos ele no final do empréstimo na Fiorentina, voltando para a Roma. Compramos o jogador, a Roma ainda ficou com 10, 15%. Quando vendemos, eles receberam 10 ou 15% em cima do valor que nós vendemos para a França (Marselha). Foi bom para a Roma. Quando você vira isso para o mercado da América Latina, você não consegue essa fotografia. O dinheiro aqui é mais caro”.
“Você vai na Argentina, tem 15% por obrigatoriedade para o jogador. 10% para o sindicato, se não pagar, esquece. O jogador é mais barato? É, mas você entra em um risco. É um jogador que ainda não demonstrou… ou que ainda não jogou uma liga tão forte como os que você teoricamente está buscando na Europa. Não temos nenhum problema com nenhum jogador da América Latina, apenas uma situação de mercado”.
Marcos Braz ainda explicou o que ‘melou’ a negociação entre Flamengo e Los Angeles FC por Brian Rodríguez.
“Estava fechado com o empresário (do Brian Rodríguez), depois o clube chegou e falou: ‘Só sai vendido e não emprestado’. Isso não servia para a gente. Só estou dizendo que não temos nenhum preconceito com nenhum tipo de mercado”.
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