Lula cita Flamengo em entrevista ao Jornal Nacional: “Vasco é nós”
Lula no Jornal Nacional – Foto: Reprodução
UOL: O ex-presidente e candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o futebol para tentar explicar a polarização política brasileira. Em entrevista ao “Jornal Nacional”, da Rede Globo, na noite desta quinta-feira, Lula fez analogias com torcidas organizadas e com jogadores para responder uma pergunta sobre o “nós contra eles” na sociedade brasileira, e reforçou que “adversários” não são, necessariamente, “inimigos”.
– Feliz era o Brasil e a democracia brasileira quando a polarização era entre PT e PSDB. A gente era adversário político, trocava farpas, mas se a gente se encontrasse num restaurante eu não tinha nenhum problema de tomar uma cerveja com o Fernando Henrique Cardoso, com o José Serra ou o Alckimin. Porque a gente não se tratava como inimigo. A gente se tratava como adversário. A militância é como torcida organizada. Mas torcida organizada não é a torcida do Flamengo, do Vasco, aquela que briga, que vaia o time.
Na quarta-feira, 24, o São Paulo perdeu de 3 x 1 para o Flamengo em pleno estádio do Morumbi, em partida pela semifinal da Copa do Brasil. E Lula ironizou o fato de William Bonner ser sãopaulino. O âncora e editor-chefe do ‘JN’, no entanto, preferiu não responder à provocação. Lula ainda destacou que, ao final da disputa em campo, dois jogadores se abraçaram, como exemplo do que acontece nos bastidores da política, com os adversários se respeitando após cada embate.
– Não sei se você viu o jogo do São Paulo ontem (quarta-feira), o Rafinha que jogava no Flamengo ontem engrossou lá, e (depois) ele e outro do Flamengo se abraçaram. Porque política é assim. Você tem divergência, você briga, mas você não é inimigo – disse Lula, que completou após ser perguntado novamente por William Bonner sobre um possível estímulo da polarização. – Você (Bonner) já foi em campo de futebol? Você já foi junto? É nós e eles. A torcida do Vasco é nós e a do Flamengo é eles. Acho que não estimula. Polarização é saudável no mundo inteiro. Tem nos EUA, na Alemanha, na França, na Noruega, na Finlândia. Não tem polarização no Partido Comunista chinês e no cubano. A polarização é saudável, é importante, é estimulante. Estimula a militância a ir pra rua, carregar bandeira. O que é importante é não confundir polarização com estímulo ao ódio. Me dou muito bem com o PSDB, que foi meu maior adversário por tanto tempo. Aprendi na minha vida a conversar, negociar, conversar com os contrários – finalizou Lula.
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