Flamengo usa ideia de estádio próprio para pressionar o governo, mas pode ter plano B inspirado em Athletico e Palmeiras
Setor popular em projeto de estádio para o Flamengo na Gávea – Imagem: Eduardo El Khouri
PINGBACK: Por Mauro Cezar Pereira
Em meio ao imbróglio envolvendo a solicitação do Vasco de usar o Maracanã, o Flamengo tenta pressionar o governo do Estado do Rio de Janeiro. Isso explica as conversas divulgadas na imprensa sobre o Parque Olímpico, onde, por meio de acordo com a prefeitura da capital, ergueria um estádio.
Como os vascaínos têm a intenção de fazer apenas algumas partidas por ano no maior palco da cidade, um afastamento rubro-negro tornaria o estádio um problema, devido ao seu custo. Quem arrendaria o local da final da Copa do Mundo de 2014? Quem faria manutenção? Voltaria a onerar cofres públicos?
O tema ganhou relevância depois que o Vasco obteve, na justiça, o direito de utilizar o Maracanã na partida contra o Sport. Os rubro-negros alegam que o excesso de jogos (o Fluminense também manda suas partidas naquele campo) prejudicaria a qualidade do gramado, recentemente substituído.
A troca, como toda a rotina no dia a dia do Maracanã, foi bancada pela dupla Fla-Flu. O consórcio que faz sua gestão alega que já foram gastos R$ 18,5 milhões com manutenção do estádio, sendo que os vascaínos não desembolsaram qualquer quantia para tal.
Por isso, como Plano B, cresce o movimento pela construção de um estádio do Flamengo. O melhor acordo do gênero já feito por um clube de futebol no Brasil é o do Palmeiras. Onde ficava o Parque Antártica, a empresa W. Torre ergueu o Allianz Parque sem que o clube pusesse um centavo na obra. Em troca, são sócios da arena inaugurada em 2014 por 30 anos.
Mas por que a empresa se interessou pela parceria, tendo feito, ainda, um novo prédio administrativo e outro, de quadras? Pela excepcional localização. Fica entre três avenidas, dois shoppings e a 17 minutos de caminhada desde a estação de trem e metrô. E mais: em 2025 deverá ser inaugurada uma nova estação metroviária a seis minutos a pé.
Além disso, a região tem o terceiro IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de São Paulo, 0,957. Estratégico! O estádio do Flamengo, na Gávea, com a área ao lado ocupada por quadras e afins, dentro das instalações do clube, possui espaço para que ali seja feito algo como a Arena da Baixada, do Athletico. E fica na região de maior IDH do Rio de Janeiro, 0,970.
Um estádio no local teria enorme valor, debruçado na Lagoa Rodrigo de Freitas, o mais caro metro quadrado carioca, com metrô a 10 minutos de caminhada. A exemplo do Allianz Parque, faria sucesso se projetado para receber espetáculos musicais e eventos corporativos, além do futebol, algo fundamental para que não seja apenas um gerador de despesas quando sem jogos, ou seja, em cerca de 320 dias por ano.
O Flamengo não precisaria adquirir um terreno, poderia reduzir drasticamente, ou zerar; seu investimento com uma forte parceria. E sem cadeiras atrás dos gols (a Arena da Baixada tem 42.372 assentos), com enormes arquibancadas nos dois extremos, como fez o Tottenham em sua nova casa; chegaria aos 45 mil a 50 mil torcedores, entre sentados e de pé.
Maracanã? Ficaria para jogos de maior demanda. Mas convenhamos, na prática, com capacidade oficial para mais de 78 mil pessoas, o estádio projetado para a Copa do Mundo de 2014 não oferece muito mais do que 55 mil nas bilheterias em pelejas com torcida visitante.
São milhares de cadeiras perpétuas/cativas, milhares de gratuidades e milhares de assentos interditados para separar torcedores. Ainda assim o “New Maracanan” seria a melhor opção, não fosse o fato de o concessionário se tornar refém de políticos e politicagem. E é isso que faz o movimento pelo estádio próprio voltar à pauta e a movimentar a torcida.
A situação praticamente empurra o Flamengo na direção de algo novo. Mas atenção: estádio de futebol utilizado apenas para jogos passa a grande maioria do tempo parado, dando despesa sem gerar receita. Pode ser solução e, ao mesmo tempo, um novo problema.
Por isso achar o parceiro ideal com um projeto autossustentável é fundamental. O Flamengo está situado em área valorizadíssima. Por que não pensar a respeito? Pelo menos como uma possibilidade em meio ao vai e vem desse antigo tema, que aparentemente jamais desaparecerá.
Quanto à oposição à obra por parte de moradores da região, que fiquem falando sozinhos. Como os vizinhos do próprio Palmeiras e demais personagens que tentaram impedir o surgimento da atual casa alviverde.
Passa da hora de eliminarem essa muleta utilizada há anos por quem diz que ali não pode existir um estádio. Isso se o Flamengo, vivendo o melhor momento econômico de sua história, estiver mesmo disposto.
Sobre o Parque Olímpico, trata-se de região com enorme oferta de shoppings e espaços diversos para shows e eventos. Qual seria a demanda desse tipo para um estádio do Flamengo? Qual o potencial atrativo para parceiros, reais investidores no local?
Mas no momento essa teórica opção serve para pressionar os governantes, afinal, ter o Maracanã sem o clube de maior torcida seria a volta de um velho problema. Seja quem for o governador eleito em 2022.
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