Flamengo perde dinheiro por incompetência da Adidas
Arturo Vidal, Matheuzinho e Arrascaeta com a camisa número 3 do Flamengo – Foto: Divulgação
BLOG DO RODRIGO MATTOS: O Flamengo não deve ter um crescimento significativo de vendas de camisas e peças apesar do ano vitorioso com títulos da Libertadores e Copa do Brasil. Essa é estimativa interna dentro do clube. E não é por falta de procura dos torcedores. A Adidas não tem atendido a demanda e faltam peças em lojas físicas e virtuais.
Além da não atender o torcedor, o problema gera uma perda de receita para o Flamengo – a empresa alemã também ganha menos vendas. A negociação de renovação para este ano estabeleceu um aumento da participação do clube em royalties por peças vendidas.
Para entender o quadro, é preciso lembrar que o contrato foi refeito no início de 2022. Pelos termos antigos, o Flamengo levava em torno de R$ 40 milhões, sendo uma parte menor em royalties. A partir deste ano, o valor fixo caiu, mas os royalties aumentaram de 11,5% para 35% do valor de cada peça. A expectativa rubro-negra era ganhar R$ 75 milhões por ano.
Foi feito um contrato retroativo pelo qual o Flamengo ganhava com as vendas de 2021. No total, foram vendidas 1,5 milhão de peças da Adidas na temporada passada.
A questão é que, na fase mais vitoriosa do time, há falta de peças nas lojas. Na loja virtual do Flamengo, não há os dois modelos da camisa número 1 rubro-negra, nem um dos modelos da camisa 2. Também constam com esgotadas camisas pre-jogo, de treino, modelos de jaquetas e moletons. Em lojas físicas no Rio de Janeiro, visitadas pelo blog, a realidade é parecida.
A diretoria rubro-negra já constatou o problema há alguns meses e reclamou com a Adidas. Houve pressão para aumento do envio de peças para venda. Internamente, a empresa alegou que houve problemas na cadeia de fornecimento de suas peças. Além disso, houve um assalto a um caminhão com peças da Adidas.
Dentro do clube, é consenso que a camisa número 3, com ondas, foi sucesso também porque o torcedor não tinha outra opção para comprar. Uma medida paliativa tem sido colocar mais produtos da linhas Braziline e Reserva, outros parceiros do clube, para preencher prateleiras das lojas rubro-negras.
A estimativa no clube é de que a venda de peças da Adidas deve ficar igual ou pouco acima do ano passado. Ou seja, não vai superar a marca de 2 milhões. O potencial seria bem maior por conta da campanha do Flamengo no ano.
A receita com royalties do clube teve um crescimento brutal no ano de 2022. Subiu de R$ 9,4 milhões para R$ 74,4 milhões considerados três trimestres, segundo o último balancete. Isso se deve aos royalties retroativos pagos pela Adidas referentes a 2021 e ao contrato com Socios por fantokens (cerca de R$ 30 milhões). Mas a avaliação rubro-negra é de que esse valor poderia ser maior com mais produtos disponíveis para a venda.
Questionada, a Adidas afirmou que o abastecimento de material para o clube está dentro da normalidade. Admitiu que alguns produtos estavam indisponíveis em alguns momentos e afirmou que trabalha pela reposição de estoques. Veja a nota abaixo da Adidas:
“O abastecimento do mercado com a atual coleção do Flamengo está dentro da normalidade. Devido aos impactos globais na cadeia de suprimentos em razão de diferentes fatores externos ao longo do ano, alguns produtos foram impactados e estiveram indisponíveis em alguns momentos. Ciente da indisponibilidade de algumas peças em pontos de venda específicos, a marca trabalha para garantir a reposição do estoque e pleno atendimento de lojistas e, consequentemente, da torcida Rubro-Negra.”
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