Declarações de Textor sobre investimentos no Botafogo são rebatidas: “Não é verdade”
CEO explicou que segue fair play financeiro da Europa, mas números apresentados contrariam o empresário
Nova polêmica
O Botafogo segue dando o que falar no futebol brasileiro, desta vez o motivo foram os altos investimentos feitos por John Textor no clube carioca. Com diversas contratações ao longo deste ano, o clube se destacou como o maior investidor de reforços no país. Diante disso dirigentes de outras equipes passaram a solicitar a implementação de um sistema de Fair Play financeiro.
Rodrigo Mattos, jornalista e colunista do UOL, criticou as recentes declarações de Textor, que afirmou que o Botafogo estaria cumprindo com as normas de Fair Play financeiro europeu. Mattos não apenas rebateu as alegações do mandatário americano, como afirmou que esse debate já vem de longa data no futebol brasileiro, sem relação direta com o clube carioca. “Textor fala que o Botafogo está adaptado ao fair play financeiro europeu, o que não é verdade. Primeiro, que a questão do fair play financeiro não está sendo discutida agora por causa do Botafogo”, afirmou o jornalista.
Projeto engavetado
Mattos também apontou que, apesar de existir um projeto avançado de Fair Play financeiro no Brasil, ele foi engavetado pela CBF. “Tem um projeto do Cesar Grafietti feito para a CBF, contratado pela CBF, que a CBF engavetou. Esse projeto é muito bom, é similar ao europeu, inclusive com avanços”.
O colunista destacou que o Botafogo não está em conformidade com as regras de Fair Play financeiro da Europa, contrariando as declarações de Textor. “O Textor gastou esse ano, o Botafogo, entre R$ 360 milhões e R$ 390 milhões em contratações. A receita recorrente do ano passado foi R$ 390 milhões. Ou seja, ele gastou em contratações o dinheiro praticamente inteiro que ele recebeu”, criticou Mattos.
A nova regra de Fair Play financeiro europeu estabelece limites claros de gastos relacionados à receita dos clubes. Mattos detalhou o processo. “Você pode gastar com tudo do futebol 70% da sua receita, o Botafogo gastou 90% ou 100% só em transferência de jogador, você acha que ele estaria adaptado ao fair play europeu? É óbvio que não”, questionou o jornalista.
Segundo Mattos clubes que não têm investidores externos, como Flamengo e Palmeiras, precisam seguir regras mais rígidas baseadas em suas próprias receitas, enquanto o Botafogo utiliza recursos externos que não são gerados diretamente pelo futebol. “Vai ter uma liga muito desbalanceada se você permitir gasto infinito sem ter geração de receita daqueles clubes”, pontuou.
O jornalista ainda reforçou a importância de punir clubes que não pagam suas dívidas ou contratações, citando exemplos como o Corinthians. Ele acredita que o projeto de Cesar Grafietti seria a solução adequada para regulamentar o futebol brasileiro. “Essa regra tem projeto na gaveta da CBF, não precisa discutir muito, é só pegar o projeto da Grafietti e aplicar”.
Segundo ele, o dinheiro injetado por Textor não visa apenas pagar dívidas ou ajustar o elenco, mas competir em um nível acima do que a torcida do Botafogo poderia suportar financeiramente. “Não quer se estruturar, quer competir acima do que a torcida dele permite. Não é para colocar dinheiro infinito para competir com quem está lá na frente”, concluiu.
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Nova polêmica
O Botafogo segue dando o que falar no futebol brasileiro, desta vez o motivo foram os altos investimentos feitos por John Textor no clube carioca. Com diversas contratações ao longo deste ano, o clube se destacou como o maior investidor de reforços no país. Diante disso dirigentes de outras equipes passaram a solicitar a implementação de um sistema de Fair Play financeiro.
Rodrigo Mattos, jornalista e colunista do UOL, criticou as recentes declarações de Textor, que afirmou que o Botafogo estaria cumprindo com as normas de Fair Play financeiro europeu. Mattos não apenas rebateu as alegações do mandatário americano, como afirmou que esse debate já vem de longa data no futebol brasileiro, sem relação direta com o clube carioca. “Textor fala que o Botafogo está adaptado ao fair play financeiro europeu, o que não é verdade. Primeiro, que a questão do fair play financeiro não está sendo discutida agora por causa do Botafogo”, afirmou o jornalista.
Projeto engavetado
Mattos também apontou que, apesar de existir um projeto avançado de Fair Play financeiro no Brasil, ele foi engavetado pela CBF. “Tem um projeto do Cesar Grafietti feito para a CBF, contratado pela CBF, que a CBF engavetou. Esse projeto é muito bom, é similar ao europeu, inclusive com avanços”.
O colunista destacou que o Botafogo não está em conformidade com as regras de Fair Play financeiro da Europa, contrariando as declarações de Textor. “O Textor gastou esse ano, o Botafogo, entre R$ 360 milhões e R$ 390 milhões em contratações. A receita recorrente do ano passado foi R$ 390 milhões. Ou seja, ele gastou em contratações o dinheiro praticamente inteiro que ele recebeu”, criticou Mattos.
A nova regra de Fair Play financeiro europeu estabelece limites claros de gastos relacionados à receita dos clubes. Mattos detalhou o processo. “Você pode gastar com tudo do futebol 70% da sua receita, o Botafogo gastou 90% ou 100% só em transferência de jogador, você acha que ele estaria adaptado ao fair play europeu? É óbvio que não”, questionou o jornalista.
Segundo Mattos clubes que não têm investidores externos, como Flamengo e Palmeiras, precisam seguir regras mais rígidas baseadas em suas próprias receitas, enquanto o Botafogo utiliza recursos externos que não são gerados diretamente pelo futebol. “Vai ter uma liga muito desbalanceada se você permitir gasto infinito sem ter geração de receita daqueles clubes”, pontuou.
O jornalista ainda reforçou a importância de punir clubes que não pagam suas dívidas ou contratações, citando exemplos como o Corinthians. Ele acredita que o projeto de Cesar Grafietti seria a solução adequada para regulamentar o futebol brasileiro. “Essa regra tem projeto na gaveta da CBF, não precisa discutir muito, é só pegar o projeto da Grafietti e aplicar”.
Segundo ele, o dinheiro injetado por Textor não visa apenas pagar dívidas ou ajustar o elenco, mas competir em um nível acima do que a torcida do Botafogo poderia suportar financeiramente. “Não quer se estruturar, quer competir acima do que a torcida dele permite. Não é para colocar dinheiro infinito para competir com quem está lá na frente”, concluiu.”}]]