Cuca nega que retorno ao Atlético-MG seja ‘trampolim’ para Seleção: ‘Não vim por isso’

Rio – Após desembarcar em Belo Horizonte na segunda-feira, o técnico Cuca foi apresentado oficialmente pelo Atlético-MG na tarde desta terça e foi contundente ao explicar a decisão de voltar sete meses após pedir demissão. Segundo ele, seria injusto dizer não a uma proposta feita pelo clube no qual empilhou taças. Perguntando se também estaria pensando em ganhar mais visibilidade para ser cotado como possível substituto de Tite na seleção, disse que esse não é seu foco e que considera tal oportunidade com uma consequência natural caso faça um bom trabalho. Tite deixará o comando depois da Copa.

“Se eu falasse “não” em um momento que o Atlético precisa de mim, eu acho que não seria justo com o que eles que tanto fizeram por mim”, afirmou Cuca. “O posto de treinador da seleção é dado para aquele que tem o melhor desempenho. É isso que o treinador brasileiro busca dentro dos clubes, sem mirar uma seleção. Eu, particularmente, não sou fissurado em seleção, eu não vim para cá para projeto seleção brasileira. Eu vim para o para o ‘projeto segundo turno e Libertadores’. Claro que uma coisa influencia outra, se acaba o ano com a gente muito bem, o teu nome cresce. Se acaba mal, o teu nome diminui”, concluiu.

Cuca deixou o Atlético-MG em dezembro de 2021, após as conquistar o Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileirão, ampliando sua lista de títulos pelo time alvinegro. Na passagem anterior, já havia vencido a Libertadores (2013) e dois estaduais (2012 e 2013). Como ficou apenas alguns meses distante do comando atleticano, reencontrará muitos jogadores com os quais trabalhou até o ano passado, o que deve fazer o processo de adaptação mais rápido.

“Este grupo no final do ano não tinha o que mudar porque eles me deram tudo. Serei eternamente grato a eles por tudo que eles nos deram. Agora, a gente pode retomar e conseguir aquilo tudo de novo, e vamos trabalhar em cima disso. Nós temos jogadores importantes, inclusive alguns que chegaram e ainda vão jogar muito bem. Tem outros que não vivem o grande momento que viveram outrora, mas a gente sabe que podem retomar. Nosso é em cima disso, buscar o melhor de cada um”, comentou o treinador.

Substituto de Turco Mohamed, Cuca assumi o comando perto de uma das partidas mais importantes do ano. Já na próxima semana, na quarta-feira, estará orientando seus jogadores no primeiro jogo das quartas de final da Copa Libertadores, contra o Palmeiras, no Mineirão. Para ele, a expectativa é de um confronto dos mais equilibrados.

“(Ano passado) acho que jogamos melhor no Allianz e aqui a gente estava jogando bem, fizemos um a zero, perdemos a chance de fazer o segundo. Foram jogos muito iguais, e eu imagino que vão ser assim agora também. Vamos nos preparar da melhor forma para enfrentar o Palmeiras, que na minha opinião, tem a mesma chance de passar que a gente”, afirmou, relembrando os encontros de 2021 com os palmeirenses.

A estreia de Cuca será longe de casa, em Porto Alegre, onde o Atlético enfrenta o Internacional pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de perder por 2 a 1 para o Corinthians no final de semana passado, o time ocupa a quarta colocação, com 32 pontos, a sete pontos do líder Palmeiras.

“São 45 pontos. Junto com 32, daria 77. Ainda temos que torcer para o Palmeiras, não fazer 78. Tudo é número. É fácil falar ‘vamos ganhar 15 partidas’, mas são 19 jogos. Não é assim. Como fazemos o cálculo agora, que não é mais começo do campeonato: jogo a jogo. Domingo é contra o Internacional. É o cálculo que a gente tem, vamos buscar o melhor lá contra o Internacional”, avaliou.

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