CBF estuda novo formato de linhas no VAR para lances de impedimento
Frames do gol invalidado do Flamengo contra o Botafogo – Foto: Reprodução
BLOG DO GILMAR FERREIRA: Com muito atraso, a Comissão de Arbitragem da CBF decidiu, ao menos, estudar medidas para evitar que as linhas virtuais utilizadas pelo VAR sigam a interferir na essência da regra onze do futebol.
O rigor nos impedimentos milimétricos detectados pela tecnologia nos chamados “casos ajustados” deturpa o conceito criado para impedir que um time obtenha vantagem no posicionamento de seus jogadores em ações de ataque.
Ainda que Wilson Seneme, o diretor do órgão, não tenha uma solução para corrigir o problema, anima saber que finalmente enxergou-se o óbvio.
As linhas virtuais ajudam são muito bem-vindas ao futebol como ferramenta de auxílio à arbitragem.
Mas já faz um ano que a Premier League exigiu de Mike Riley, então diretor da PGMOL (Professional Game Match Officials Limited), uma saída para o exagero que já afugentava patrocinadores e irritava toda a cadeia.
A razão do futebol é o gol.
A disputa pelos espaços no campo visa o ato de colocar a bola dentro da baliza defendida pelo goleiro adversário.
O conjunto de regras foi criado em 1863.
E a “lei do impedimento” visava evitar que os jogadores se posicionassem estrategicamente junto às balizas à espera da bola para a finalização a gol.
Desde então, foram várias as mudanças, mas sempre protegendo a essência do jogo.
E os ingleses não precisaram de mais do que duas temporadas de implementação do VAR para perceber que a ferramenta não poderia jogar contra a emoção.
E o que fizeram?
Sem se voltar contra as determinações da International Board (Ifab), engrossaram as linhas de impedimento.
Assim, quando a linha do atacante se sobrepor a do defensor, o conceito de “mesma linha” torna o lance legal, permitindo a sequência da jogada.
É algo simples que já deveria ter sido adorado por aqui tão logo os ingleses oficializaram o procedimento.
Quantos foram os gols festejados Brasil afora e logo depois invalidados pelo olhar frio da ferramenta implementada para corrigir erros crassos?
Quanto custou aos clubes penalizados a interferência desnecessária em ações que não feriam a ética do jogo levando vantagem nas disputas com o adversário?
É evidente que o experiente Wílson Seneme já enxergou a necessidade de mudanças práticas na leitura destes casos milimétricos.
Pena que, infelizmente, qualquer medida pensada e aprovada agora só será posta em prática em 2023.
Até lá, seguiremos obrigados a aturar a crueldade com os artilheiros…
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