Andrade se emociona na despedida de Adílio: “Nunca estamos preparados”

Ídolo e eterno camisa 8 do Flamengo, Adílio faleceu na tarde da última segunda-feira (05) em decorrência de complicações de um câncer no pâncreas. Desta forma, o Rubro-Negro organizou o velório do ex-jogador nesta terça-feira (06) no Ginásio Hélio Maurício, na Gávea. Ex-companheiro de Adílio, Andrade se emocionou ao se despedir do amigo.

O que você precisa saber:

Adílio faleceu na última segunda-feira (05) após lutar contra um câncer no pâncreas
Velório do eterno camisa 8 do Rubro-Negro foi nesta terça (06), na Gávea
Andrade se emocionou ao se despedir do ídolo e amigo

Emoção de Andrade

Uma pessoa que quando cheguei no Flamengo me ajudou muito, como jogador e pessoa. A gente nunca está preparado para perder um irmão. Eu tenho ele como um irmão. Jogamos juntos mais de 15 anos no Flamengo. É duro, doído. 68 anos e já vai nos deixar quando ainda tinha muita coisa para nos ensinar. A gente nunca está preparado“, começou Andrade.

“Foi na quinta-feira passada, no hospital. Ele reconheceu todo mundo, ficamos conversando, ele falando pausadamente. Pensei que ele conseguiria reverter o quadro, porque ele é muito forte, guerreiro. Mas o momento é de Deus, e Ele vai levar Adílio para um melhor lugar. Uma pessoa com uma grandeza enorme“, concluiu o ídolo.

Ídolo eterno de uma Nação

Nascido em 15 de maio de 1956, no Rio de Janeiro, Adílio começou sua trajetória no futebol nas categorias de base do Flamengo, clube onde construiu uma carreira brilhante e tornou-se um dos ídolos eternos. Vestindo a camisa rubro-negra entre 1975 e 1987, o ‘Brown’ disputou 617 partidas, sendo o terceiro jogador da história que mais vestiu o Mantos Sagrado, com o qual marcou 129 gols.

Adilio teve seu busto eternizado na entrada da Gávea, sede social do Flamengo – Créditos: Reprodução

Adílio era conhecido por sua habilidade e visão de jogo excepcionais, características que o consagraram como um dos melhores meio-campistas de sua geração. Seu estilo de jogo elegante e sua capacidade de criação eram complementados por uma entrega incansável dentro de campo, o que lhe rendeu o respeito e a admiração de companheiros, adversários e torcedores.

Entre os títulos mais marcantes de sua carreira estão o Campeonato Brasileiro de 1980, 1982 e 1983, e a histórica conquista da Copa Libertadores da América em 1981, seguida do título Mundial Interclubes no mesmo ano, quando o Flamengo derrotou o Liverpool por 3 a 0, em Tóquio. Adílio foi peça-chave nessas conquistas, formando um meio-campo mágico ao lado de jogadores lendários como Zico e Andrade.

Em pé: Leandro, Raul, Mozer, Figueiredo, Andrade e Júnior; agachados: Lico, Adílio, Nunes, Zico e Tita, durante o segundo jogo da final contra o Cobreloa, pela Taça Libertadores da América de Futebol, no Estádio Nacional.

Após sua passagem pelo Flamengo, Adílio ainda atuou em clubes como Coritiba, Barcelona de Guayaquil e outros, além de ter experiências no futebol internacional. Contudo, foi com o manto rubro-negro que ele eternizou seu nome na história do futebol.

Fora das quatro linhas, Adílio também contribuiu como treinador, tendo passado inclusive pelo Flamengo, e como auxiliar técnico. O eterno camisa 8 sempre manteve uma ligação próxima com o clube e suas categorias de base, onde ajudou a formar novas gerações de jogadores.

Adilio posa junto a Nunes e Diego Ribas em lançamento de camisa do Flamengo em 2021 – Crédtitos: Reprodução

Adílio será lembrado não apenas por seus feitos dentro de campo, mas também por sua humildade, carisma e amor incondicional pelo Flamengo. Sua partida deixa um vazio imenso na Nação Rubro-Negra e no futebol brasileiro, mas seu legado permanecerá vivo na memória de todos que tiveram o privilégio de vê-lo jogar.

Eterno camisa 8 do Flamengo foi velado nesta terça-feira (06) na Gávea

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