Flamengo: Dorival faz em um mês o que Paulo Sousa não conseguiu em seis
Dorival Jr, técnico do Flamengo – Foto: Paula Reis
O GLOBO: Por Diogo Dantas
Em um mês de trabalho no Flamengo, sem direito a pré-temporada, Dorival Jr conseguiu o que o português Paulo Sousa tentou por um semestre, sem o mesmo resultado: resgatar o bom futebol de um elenco forte, porém sem a mesma confiança. O maior tato na condução do trabalho junto ao grupo de jogadores é visto internamente como a principal diferença entre os comandantes. Agora, o maior desafio do técnico é buscar uma regularidade de atuações, considerado o objetivo mais difícil.
— Foi uma vitória importante contra uma das melhores equipes do Brasil. Mas foi só uma vitória. Se quisermos manutenção, temos que encontrar regularidade e isso não é fácil. Aos poucos a equipe está recuperando a confiança que deixou para trás. Existe uma recuperação que precisa se consolidar — afirmou o treinador.
Em vez de se prender a ideias de jogo apenas, Dorival foi, sim, mais paternalista. E incluiu nas conversas particulares e com o plantel em conjunto temas como “confiança”, “atitude”, “acreditar”. O principal fator de mudança de comportamento se deveu, na visão da comissão técnica, ao fato de os atletas fazerem o que estava sendo proposto sem nenhuma dose de desconfiança e contrariedade. Por isso que o diálogo inicial foi importante, para entender as dificuldades do momento.
A isso se somaram conceitos táticos e o trabalho de campo, quando houve tempo. O resultado de treinos, repetições e mobilização maior foi uma mudança de postura generalizada. Tanto que a classificação sobre o Atlético-MG talvez tenha sido o jogo do ano com o maior percentual de acertos entre todos os jogadores do Flamengo em campo.
Ajuste tático
Com a confiança resgatada, Dorival procurou fazer ajustes aos poucos para potencializar o lado ofensivo do time, enquanto se resguardava em um esquema inicial com três volantes. Mais equilibrado, fez Pedro virar a principal referência e dar maior capacidade de movimentação a Gabigol, sobretudo caindo pelo lado direito. Com isso, Éverton Ribeiro passou a jogar centralizado, vindo mais de trás, sem tanto desgaste pela ponta. Ao losango central acrescentou Arrascaeta de volta à função que mais gosta, entrelinhas, também costurando de trás, mas com liberdade de abrir dos dois lados, e não mais como um atacante ao lado de Gabi. Assim, o uruguaio acelera o jogo a seu modo.
Sem a bola, o Flamengo tornou-se mais “pegador”. Marcou a saída do Atlético-MG com Gabi, Pedro e Arrascaeta, mas sempre apoiados pelos volantes e Ribeiro. A mobilização deu resultado e gerou maior posse de bola, o que Dorival busca desde o início, mas não conseguiu . A subida de produção de Filipe Luís e Rodinei contribuíram.
— Há 40 dias, todos estavam contestados, ninguém servia. Futebol é um palmo de distância entre o céu e o inferno. Nós já vivenciamos um lado e sabíamos que era um fator momentâneo pela qualidade da equipe. Mas precisamos entender que não tem nada definido, a postura tem que ser a mesma — completou Dorival.
Controle de carga
Com Dorival, o trabalho de controle de carga do elenco recebeu ajuste fino. Mais do que Paulo Sousa, o treinador deu maior liberdade para o departamento médico influenciar nas decisões sobre rodar o time. E tem escalado equipes alternativas em algumas partidas do Brasileiro. Sem lesões musculares em profusão, o elenco permite tal rodízio. Não só com o uso das opções contratadas, como Ayrton Lucas no lugar de Filipe Luís, mas também a entrada de jovens e veteranos, como Victor Hugo, Matheus França, Lázaro e também Diego Ribas.
— Destaco o trabalho dos preparadores para a recuperação dos atletas. Fizemos um bom jogo contra o Corinthians, não vencemos, mas a participação da molecada foi importante. Estamos crescendo — empolgou-se.
O mantra de Dorival é que todos os atletas são importantes para o trabalho. Recuperou também Léo Pereira, reintroduziu Fabrício Bruno à zaga, e consolidou Rodinei como uma das armas mais letais do ataque do Flamengo. Ou seja, o revezamento acontece com um propósito, e a sequência de alguns, como Pedro e o próprio Rodinei, eleva ainda mais a confiança de um elenco que se reencontra com o seu melhor futebol.
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O GLOBO: Por Diogo Dantas Em um mês de trabalho no Flamengo, sem direito a pré-temporada, Dorival Jr conseguiu o que o português Paulo Sousa tentou por um semestre, sem o mesmo resultado: resgatar o bom futebol de um elenco forte, porém sem a mesma confiança. O maior tato na condução do trabalho junto ao
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