Histórias da Libertadores – Votação aberta no Twitter do Fiel Torcedor



No último dia 4 de julho, data marcante para a Fiel que comemorou uma década da conquista da Libertadores de 2012, torcedores aproveitaram a ação do programa Fiel Torcedor para mandarem histórias que vivenciaram naquele dia memorável. 

Quatro delas foram selecionadas entre mais 1.600 recebidas e já ganharam um par de ingressos para o próximo jogo do Coringão, na Neo Química Arena, no domingo (10), contra o Flamengo. Agora, é hora da votação para saber qual será a grande vencedora da camisa oficial autografada! 

A votação será realizada no perfil do Twitter do Fiel Torcedor.  https://twitter.com/fieltorcedor

Abaixo as histórias selecionadas. Escolha sua preferida e vote até às 17h desta terça-feira. 

Adnan Gomes Jabor – Membro do plano Minha Vida

Saudações corinthianas! Fui ao Pacaembu em todos os 7 jogos da Libertadores 2012, mas, sem dúvidas, minha melhor história é da final, dia 04/07/2012, vulgo “melhor dia da minha vida”.
Não consegui dormir. Uma semana antes, no dia de meu aniversário, Romarinho havia me dado o melhor presente do mundo, com um gol na Bombonera, mas faltava um detalhe, que, ao levantar naquele 4 de julho, já estava certo que viria. Eu senti que aquele dia era especial. Fui trabalhar cheio de sono, mas cheio de esperança. Não consegui me concentrar, pedindo desculpas aos meus colegas, pois só tinha cabeça no jogo.

Mal consegui comer no almoço e, ao final do expediente, peguei minha mochila, minha bandeira e fui rumo ao estádio, sem escala. Vestido de social da cabeça aos pés, ao sair do metrô Clínicas, andei até a esquina do cemitério e, ao começar a descer a ladeira, percebi que estava sozinho. Como estava de fone de ouvido, conectado na rádio para ouvir as notícias do jogo, não me atentei que a PM havia feito uma barreira para ninguém passar. Eu passei, sem querer, e fui descendo a ladeira literalmente sozinho. Não havia torcedores, nem carros estacionados, nem vendedores ambulantes. Era só eu. Olhei para o céu e contei 7 helicópteros voando em círculo, um atrás do outro. Ali mesmo comecei a chorar de emoção. Cheguei no Tobogã, entrei e desci lá para as primeiras fileiras. Ali fiquei durante todo o jogo. Pra minha sorte, ambos gols foram do meu lado. O clima pré-jogo foi o mais espetacular que já vivi. Impossível descrever.

No primeiro gol do Sheik, eu sai correndo, literalmente, no meio da torcida. Como era muito obeso, atropelei dezenas de pessoas, que caíram no chão. Entrei num estado de espírito único! Já estava rouco de cantar e gritar quando o Emerson fez o segundo gol. Ali eu sentei no chão e comecei a chorar copiosamente, com as mãos no rosto.

Meu irmão me ligou na mesma hora e choramos juntos (e estou emocionado só de lembrar, escrevendo esse texto). No apito final, depois do Alessandro erguer a taça, eu saí correndo em disparada rumo à Av. Paulista. Catarse! Cheguei à Consolação, me juntei a alguns torcedores e, ali, fiz uma loucura: andei de joelhos até o MASP, na contramão da Av. Paulista, na faixa da esquerda. Mesmo obeso, suado, cansado, rouco…eu tirei forças e fui. No MASP, eu saí correndo em disparada até a Brigadeiro. Em frente ao número 900 da avenida, um grande grupo de corinthianos estavam abraçados.

Me juntei a eles e logo percebi que estava abraçando meu irmão, sem combinarmos nada. Destino. Voltamos pra casa por volta de 4 horas da manhã, acendemos a churrasqueira, revimos a partida pela TV, comemoramos muito e, sem dormir, às 9 horas, retornei ao trabalho normalmente e cumpri com minhas obrigações. Foi o melhor dia da minha vida! Simples assim. De lá pra cá, fui em quase todos os jogos em casa do Corinthians e nunca me arrependi. Sou apenas mais um louco do bando, mas, naquele dia, eu garanto que fui o mais feliz e realizado. Obrigado, Timão!

Patrick Pedreti Silva – Membro do plano Minha Vida 

Fala nação!

Com certeza, foi um dos dias mais felizes da minha vida! Tinha acabado de me inscrever no programa sócio torcedor e, por um milagre, consegui comprar os ingressos contra o Santos e contra o Boca (Tobogã), porém, no dia da final, minha esposa estava completando 9 meses de gestação. Pensei, o que fazer? Enquanto decidia, muitas pessoas me ofereciam caixas de fraldas e leite, laptop, tablet etc,  em troca do meu ingresso!  Pensei o seguinte conversando com Deus, essa menininha não nasceu até agora, então “ É nóis”…

Vamos para o jogo. Combinamos de deixar minha sogra em casa para qualquer emergência. Chegando ao saudoso Pacaembu às 20hs com a ansiedade batendo lá no céu, ligo para minha sogra e ela fala que está tudo bem, mas era mentira, minha esposa estava sentindo os primeiros sintomas da contração!

Durante o jogo, aquela tensão, no 1o gol me puxaram para baixo e rolei 3 degraus, já no 2º, quando o Sheik rouba aquela bola e até ele chegar ao gol, uma mulher que estava ao meu lado (acompanhada), segurou meu braço, segundos intermináveis, quando saiu o gol, era uma festa generalizada, de vergonha, nem olhei para ela. Acabando o jogo, naquela euforia, me deu uma crise de choro e desespero,  comecei a chorar e gritar subindo as escadas em direção a saída, “da licença, minha filha vai nascer” e as pessoas abriam para eu passar.

Tive que andar muito para pegar um táxi, a cidade estava parada. Chegando em casa, todo feliz, minha sogra fala, vamos para o hospital! Eu falei: como assim, Coringão é campeão da Liberta! A Chris começou com os sintomas assim que você saiu.. Não queríamos te atrapalhar…Aí caiu a ficha…pedi para ela fritar um ovo enquanto eu tomava banho! Saímos em 15 minutos, aquela festa nas ruas e eu indo para o hospital lá na Av. Paulista! Esperamos mais algumas horinhas e minha princesa veio ao mundo já campeoníssima… Um segredo, depois daquele dia, nunca mais consegui assistir aquele jogo novamente! Um abraço a todos!

Sergio Seropa  – Membro do plano Minha Cadeira 
Fui para a bombonera assistir a 1ª partida da decisão sem ingresso, chegando em Buenos Aires vivi uma via sacra em todos os lugares possíveis e imagináveis para conseguir ao menos um ingresso. Depois de 2 dias de buscas ininterruptas parando apenas para me alimentar, conheci em um restaurante um argentino torcedor do River Plate que disse ter um amigo que trabalhava com turismo e talvez conseguisse um ingresso.

Após muita expectativa recebi um e-mail desse argentino dizendo que o tal amigo teria um ingresso só que na torcida do boca. Me passou um endereço e pediu para este nele em certo horário para pegar o ingresso.

O tempo parecia não passar, duas horas antes já estava no local combinado para pegar meu ingresso, a sensação era de ansiedade e medo, pois em certa altura achei que pudesse ser uma emboscada ou coisa pior. Pois bem deu tudo certo e consegui o ingresso, no dia do jogo cheguei 4 horas antes do início da partida e entrei para o setor do meu ingresso, com o passar do tempo foram chegando outros corinthianos e fomos notados pelo torcedores do Boca, após várias ameaças e princípios de tumulto conseguimos que a polícia nos tirasse de lá e nos colocasse no setor dos visitantes.

Agora vem o pior , tivemos de sair do estádio escoltados pela polícia e entrar novamente pela entrada dos visitantes, só que a polícia nos colocou na fila e foi embora, na hora de passar pela catraca os funcionários do estádio não quiseram deixar a gente entrar pois não tínhamos ingressos para o setor e eles não haviam sido avisados pela polícia, fiquei gelado com aquela sensação de frio na espinha, será que depois de toda aquela epopeia eu ficaria de fora ?? Mostrei o canhoto do ingresso que eu tinha aos responsáveis que riram da minha cara e disseram que eu havia achado no chão, fiquei furioso e comecei a discutir rispidamente com o funcionário da bombonera que acabou chamando a polícia pra me levar.

Fui parar em uma espécie de posto policial o de todos zombavam de mim e da minha história até que um policial de boa alma me disse que se eu tivesse alguma prova sem ser o canhoto do ingresso usado de que eu já estava dentro do estádio ele abriria uma exceção e me colocado dentro novamente. Já no desespero sem conseguir pensar em nada me veio uma luz e comecei a chamar pelos meus falecidos parentes Corinthianos pedindo ajuda, e não é que enquanto pensava no meu saudoso avô Corinthiano fanático eu lembrei que estava com meu celular e que assim que entrei tirei algumas fotos.

Saquei o celular do bolso e comecei a mostrar as fotos ao policial que sorriu e me disse “usted tiene mucha suerte”. Me pegou pelo braço e me conduziu para dentro. O resto é história e olha o Romarinhoooo

Thais Reoli  – Membro do plano Minha Vida

Eu tinha apenas 3 meses de emprego e trabalhava de segunda a sexta, no dia anterior ao jogo eu de tarde no trabalho, coloquei sabão no olho e o deixei bastante irritado, pra ficar parecendo que estava com conjuntivite, dessa maneira, não querendo dizer que o pessoal da faxina seja fofoqueiro (mas já dizendo, hahaha) permite que uma funcionária desse setor visse meu olho irritado e comentei com ela que estava sentindo um incômodo muito grande no olho e não sabia o porquê, pronto!

A semente naquele momento foi semeada, dessa maneira no dia seguinte minha ausência seria facilmente atribuída ao fato de ter saído com meu olho irritado no último expediente.

Me utilizei desse artifício porque simplesmente não tinha cabeça para me concentrar no trabalho, estava ansiosa demais, eu planejava assistir o jogo em qualquer aglomeração de corinthianos por aí, mas o destino me reservou uma grande surpresa. Sabe quando você tem um amigo que tem um amigo que me disse que teria um ingresso para o jogo disponível, e como estava meio endividado resolveu vender o ingresso para retornar uma grana. Pois bem, ele deu seu preço, 1000 reais, na lata, nota em cima de nota! Eu então pensei, outra chance dessa não vai surgir, faltam horas para o jogo, eu já tinha ido no hospital e conquistado um atestado de 7 dias tamanha perfeição de irritação no olho que provoquei kkkk… tempo agora eu tinha de sobra e confiante como estava só pensava que teria tempo à beça pra comemorar até o título, eu tinha 400 reais na conta, faltavam 600.

Na loucura insana eu sei pensar direito entrei na primeira loja dessas que concede empréstimo e fiz uma simulação, mas só com 3 meses de registro será que me daria algum crédito? Pois o funcionário terminou a simulação e me disse bem assim o sistema te liberou 600 reais no momento, na mesma hora eu dei um berro e só disse pra ele, topo! O rapaz meio sem entender direito falou, mas moça eu nem te passei as condições, os juros e as formas de pagamento, como assim você já aceita? Foi quando eu respondi, moço em quanto tempo esse dinheiro está disponível pra mim e onde eu assino, não me interessa quanto eu tenho que pagar depois moço, só me libere esses 600 o quanto antes pra mim, é questão de vida ou morte!

Fiquei nessa fissura porque sei que o bando de loucos que tem nossa torcida e temia que outro louco mais louco que eu arranjasse o dinheiro antes e pegasse o ingresso, pois o rapaz não garantiu reservar o ingresso, ele seria de quem aparecesse com o dinheiro primeiro! Depois de longos 40 minutos na loja finalmente eles realizaram o TED para minha conta (porque já não existia o pix naquela época meu Deus KKK…) e eu saí dali feito foguete igual uma doida pra me encontrar com o rapaz do ingresso.

Pois bem, enfim consegui o ingresso, assisti ao melhor jogo da minha vida, fiquei tão louca que saí dali direto para o Anhembi comemorar, depois dali emendei em uns dois bares, onde fazia amizade na hora com os corinthianos que estavam por ali, na sequência conheci outro grupo que me convidou para ir pra praia e adivinhem, eu bem fui! Demorei 5 dias para voltar para casa, passei esses dias literalmente na rua comemorando muito, incomunicável, e a coitada da minha mãe ligando de hospital em hospital para saber se eu estava viva ou morta (tadinha eu só tenho dó dessa parte que fiz ela sofrer).

Quando voltei só me lembro dela brigando muito comigo, céu muito mal de ressaca dizendo pra ela, mãe não se preocupe, não que eu busque isso mas se porventura algum dia eu chegar a morrer envolvida com algo do Corinthians pode ficar tranquilo e ter a mais absoluta certeza de que eu morri muito feliz!!!

E assim foi minha história, que me enche de orgulho ter vivido, se fosse pra fazer exatamente igual as coisas novamente eu faria, porque é muito amor por esse time, a propósito, até hoje não sei ao certo quanto que paguei do empréstimo só sei que passei um tempão pagando aquelas benditas parcelas que não acabavam nunca!

Mas o que vivi ninguém consegue tirar de mim, estará gravado para sempre na minha memória, eu posso dizer que fiz parte dessa história, que eu vivi para ver isso e posso garantir que pra mim isso não tem dinheiro no mundo que pague!!!! E essa é minha história, espero que tenham gostado, até hoje eu só de comentar novamente não tenho como não me emocionar, foi muito intenso, foi sem dúvidas o melhor dia da minha vida.

A grande vencedora será divulgada ainda hoje, nas redes sociais do Fiel Torcedor e do Corinthians. Fiquem ligados!

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