Nova reunião com o MPRJ encaminha retorno de torcidas organizadas aos estádios

Uma nova reunião realizada nesta quarta-feira (5) encaminhou o retorno das torcidas organizadas suspensas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro aos estádios cariocas. Com presença de representantes das organizadas, da ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e do próprio MPRJ, ficou definido que a suspensão será congelada por 60 dias, permitindo o retorno das torcidas caso cumpram alguns requisitos pré-definidos. A informação foi publicada pelo deputado estadual Carlos Minc em suas redes sociais e confirmada pelo “O Dia”.

O retorno, que depende de algumas documentações enviadas às autoridades, já pode acontecer neste próximo final de semana de forma parcial, liberando somente, à princípio, faixas com os nomes das organizadas e que façam alusão às mesmas. O primeiro passo é o envio da nova proposta do Termo de Ajustamento de Conduta, que deve ser enviado aos responsáveis para análise até a próxima quinta-feira (6).

Um dos autores da nova lei que anistia as torcidas organizadas e propõe uma série de novidades da relação com as mesmas até em possíveis punições, o deputado estadual Carlos Minc conversou com a reportagem do O Dia e explicou o que deve mudar daqui em diante. Um dos principais fatores é que se passe a julgar os indíviduos culpados por possíveis atos ilegais ao invés da torcida inteira, além da colaboração integral dos clubes na hora de identificar os acusados nos estádios.

“A própria lei nacional do estatuto das torcidas diz que os clubes também são responsáveis por campanhas educativas e preventivas. Agora, clubes e torcidas ficarão mais empenhados em identificar e afastar os agressores. Isso é de interesse de ambos. Clubes e torcidas terão a obrigação e interesse de identificar e afastar os agressores. O agressor polui a beleza e a graça de uma coisa pacífica”, afirmou Minc.

O deputado estadual também explicou que, ao fim do prazo de 60 dias do congelamento das suspensões, uma nova versão da lei com recomendações das autoridades deve ser discutida. Além disso, Minc também confirma que a tendência é que o retorno ocorra já neste final de semana.

“A expectativa é que já neste fim de semana as torcidas voltem com suas faixas, depois com a camisa e em seguida com suas bandas. Essa nova lei diz que a punição é em cima da pessoa física, o torcedor, e não da pessoa jurídica, no caso a torcida ou clubes. Haverá uma nova versão da lei que será discutida nos próximos 60 dias. É certo que, provavelmente, as faixas voltem neste fim de semana. Nossa articulação deu certo. A lei que foi aprovada já incorporou coisas de última hora que o MP pediu para colocar”, explicou.

A reportagem do O Dia também conversou Fabiano de Sousa Marques, conhecido como Fabinho, presidente da Força Jovem do Vasco e um dos principais envolvidos durante as conversas com o MPRJ para o retorno das torcidas aos estádios. Segundo ele, a torcida já enviou a documentação necessária às autoridades para retornar no próximo jogo, contra o Novorizontino em São Januário. Além disso, Fabiano ressaltou um processo de reeducação dos membros da torcida visando o fim da violência nos estados, pregando apenas paz e festa.

“Nós já enviamos os documentos que foram pedidos ao MP, estamos trabalhando junto com as autoridades (MP e BEPE), com o judiciário e com o Clube de Regatas Vasco da Gama. A expectativa é grande, são quase 10 anos punidos desde Joinville, e é com grande prazer que recebemos esta notícia. Agradecemos a todos os deputados, a ANATORG e ao clube por ter acreditado na nossa mudança de conduta, porque a gente sabe que para a torcida voltar a gente precisou reeducar os nossos membros. Violência não cabe mais. Agora é paz nos estádios e muita festa.”

Co-autor da nova lei, Carlos Minc explicou ao O Dia os próximos passos do retorno das torcidas

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