Sem Brasileirão, Fluminense tem tempo e testes para nova forma de jogar
Classificado para as oitavas de final da Libertadores, o Fluminense ganha dias de tranquilidade para trabalhar a evolução do time. Ainda irregular e com muitos erros numa forma de jogar diferente da que encantou em 2023, o Tricolor terá mais dias de treinos e dois jogos para se aprimorar e embalar na temporada, para também sair da zona de rebaixamento do Brasileirão.
Com a paralisação das duas próximas rodadas do campeonato, o técnico Fernando Diniz terá em duas semanas o jogo de volta da Copa do Brasil, na quarta-feira (22) contra o Sampaio Corrêa no Maracanã, com vantagem de 2 a 0 na ida, e o da última rodada do Grupo A da Libertadores, contra o Alianza Lima, dia 29. Diante do cenário sem tanta pressão, poderá ser uma oportunidade de seguir com o trabalho de um time mais posicional e espaçado pelo campo.
Foi assim que o Fluminense jogou na maior parte do tempo na vitória por 2 a 1 sobre o Cerro Porteño e em partidas recentes. O estilo conhecido como ‘aposicional’ de 2023 ainda está presente em muitos momentos, na troca de posições, especialmente no meio, mas está claro que essa nova versão tricolor também tenta fixar mais os atacantes. Assim como a opção de abrir mais o time – e não juntar todos os jogadores no mesmo setor.
Essa forma de jogar aconteceu algumas vezes em 2023, mas sem funcionar tão bem – à exceção das partidas contra o Olimpia. É a opção de Diniz em buscar soluções diante da maior marcação dos adversários. Isso incluiu mais viradas de jogo e lançamentos, numa versão menos vistosa e mais objetiva.
Erros prejudicam Fluminense atrás e na frente
Os resultados são insuficientes por enquanto, muito em função dos erros, tanto de movimentação quanto técnicos (como passes), que persistem na adaptação. Esse problema tira a grande característica do campeão da Libertadores, que era o volume de jogo, o que também reduzia os ataques adversários.
“A gente acaba ficando ansioso para poder fazer os gols e dá alguns moles, e aí tomamos gol. Mas isso é detalhe, a gente conseguindo acertar, com certeza vai melhorar bastante. Tem que controlar essa ansiedade, porque estamos treinando bastante para poder acertar o que a gente vem fazendo nos treinos. Eu acho que é mais questão do detalhe mesmo, não é falta de confiança”, avaliou Alexsander.
Enquanto isso não se resolve, a defesa se mostra mais exposta ao ser atacada constantemente, já que não tem mais tanto o controle do jogo. Falta de concentração em muitos momentos também pesa nos erros cometidos na marcação. Apesar disso e da bronca da torcida, é unanimidade no discurso de jogadores e do técnico que o Fluminense está crescendo e evoluindo.
“A forma de jogo você precisa repetir bastante. Quando eu cheguei, achei que em três meses eu iria entender, mas estou vendo que ainda não. Requer realmente tempo. Nos últimos jogos (o time) já está numa crescente, mesmo não vindo resultado. E é natural que o torcedor queria mais. Estou vendo que a equipe começa a subir e ser no momento certo é importante. Agora é passo a passo. Temos elenco forte para lutar pelas três competições”, disse Renato Augusto.
Em busca de melhor desempenho, elenco e Diniz veem evolução, apesar de atuações ruins