Como foi a passagem de Apolinho como Diretor de Futebol do Flamengo em 1998?
Na noite da última quarta-feira (15), a triste notícia do falecimento do jornalista Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, abalou todo o mundo do futebol. Lendário radialista e torcedor do Flamengo, o jornalista atuou também como diretor de futebol do clube rubro-negro; relembre como foi a passagem.
O que você precisa saber:
O jornalista Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho, morreu na noite da última quarta (15)
Além de torcedor do Flamengo, também atuou como treinador e diretor de futebol do clube
Radialista teve a história marcada pela relação com o clube rubro-negro
A passagem com diretor de futebol do Flamengo
Depois de atuar como técnico do Flamengo, Apolinho voltou ao clube três anos depois. Ainda com o rubro-negro sob o comando de Kleber Leite, o jornalista foi contratado como diretor de futebol justamente após convite do presidente. A ideia do mandatário, que via as eleições se aproximando, era usar o perfil agregador do radialista para ajudar na reeleição.
Apesar de ter sido contratado para ficar até 1999, Apolinho deixou o clube no fim de 1998 e não cumpriu seu contrato até o fim. Assim como foi quando era treinador, o radialista deixou o clube sem conseguir conquistar títulos.
A passagem como treinador
Sempre muito ligado ao Flamengo, Apolinho foi contratado pelo clube para assumir como treinador no ano do centenário, em 1995. Foi então que o jornalista abandonou a vida no rádio para assumir o compromisso no clube do coração, que tinha simplesmente Sávio, Romário e Edmundo no ataque. Contudo, o chamado ‘melhor ataque do mundo’ não teve o desempenho esperado sob o comando do técnico.
Apolinho esteve à frente do Flamengo em 26 partidas, sendo 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Com um aproveitamento de 52%, o treinador levou o time ao vice-campeonato da Supercopa da Libertadores com sete vitórias em oito jogos, mas por outro lado, fez um Brasileirão decepcionante, ficando apenas no 21º lugar.
Apolinho conta como foi o convite para assumir como treinador
“Estava jantando com o Vanderlei Luxemburgo, e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso”, começou Apolinho em entrevista ao portal ‘UOL’ em 2015.
“O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito”, disse o jornalista
As expressões de Apolinho
Entre as muitas frases e bordões criados por Apolinho, uma das mais usadas até hoje é a expressão “chocolate”, para quando um time ganha de goleada do outro. A frase foi criada por volta dos anos 80, quando o narrador começou a cantar o trecho da música “El Bodeguero”, de Nat King Cole, que dizia: “toma chocolate, paga lo que debes”. Foi então que a expressão logo caiu nas graças dos torcedores ouvintes.
Perdemos um dos maiores comunicadores do esporte nacional. Washington Rodrigues, o Apolinho, nos deixou nesta quarta-feira. Em décadas de carreira, moldou a forma como vivemos o futebol. Criou expressões inesquecíveis – é impossível lembrar do Gol do Pet em 2001 sem lembrar do… pic.twitter.com/qInv5BKCAV
— Flamengo (@Flamengo) May 16, 2024
Conhecido também por ‘apelidar’ os torcedores, Apolinho criou nomes para os frequentadores de cada setor do estádio. Durante uma apresentação no próprio programa da Rádio Tupi – que está no ar há 25 anos – o radialista revelou de onde veio a ideia das alcunhas.
“Por exemplo, me lembro que a primeira dúvida foi sobre quem carregava a maca, no Maracanã. ‘É macário ou maqueiro?’. Apelidei de macário. E pegou o apelido. Todo mundo falava macário. ‘O torcedor que está na geral? Vou chamar de Geraldino; o da arquibancada, de arquibaldo; o que pula o muro, murilo’. E assim foi. Fui criando e hoje tenho mais de 100 bordões que estão por aí”, revelou Apolinho.
Em outras entrevistas ao longo da carreira, Apolinho já revelou que criou mais de 100 bordões. Entre as inúmeras expressões criadas pelo radialista estão: “briga de cachorro grande”, “feliz como pinto no lixo”, “cuspir marimbondo”, “parir um porco-espinho”, “capinar sentado”, “pau com formiga”.
Apaixonado pelo clube, radialista teve rápida atuação na diretoria rubro-negra