Martha Esteves exalta legado de Apolinho: ‘Patrimônio do rádio brasileiro’
Rio – Washington Rodrigues, o Apolinho, morreu na noite desta última quarta-feira (15), aos 87 anos. Um dos maiores comunicadores da rádio brasileira, o apresentador e comentarista da Super Rádio Tupi estava internado no Hospital Samaritano na Barra da Tijuca, para tratar um câncer. Em contato com o DIA, Martha Esteves, presidente da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro, exaltou o legado do jornalista.
“Washington Rodrigues era uma pessoa fantástica, divertida e muito bacana com todos os colegas. Já o Apolinho é um patrimônio do rádio brasileiro e merece todas as homenagens possíveis. Principalmente para que os mais jovens entendam a grandeza de sua colaboração ao rádio por mais de 50 anos”, disse Martha Esteves, que se tornou a primeira mulher a assumir a presidência da Acerj.
Martha Esteves trabalhou com Washington Rodrigues nos jornais O DIA e MEIA HORA por cerca de duas décadas. Em 2016, ele abriu as portas de sua casa para participar de um documentário que ela fez parte da produção. Apolinho já não estava bem de saúde, mas nunca deixou de lado o seu bom-humor, mesmo em situações delicadas, sempre com o seu jeito irreverente.
“Suas tiradas bem-humoradas e geniais, para sempre fará parte da memória afetiva de todos nós. Como jornalista, tenho muito a agradecer a ele, já que por dever do ofício e amor à profissão, estava sempre ligada à estação onde estivesse o grande Apolinho. Ele nos ensinou que, apesar da dificuldade de nossa profissão, é possível exercê-la com paixão e alegria”, completou.
Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro em 1º de setembro de 1936. Na juventude, dividia seu tempo como bancário e como goleiro de futebol de salão, defendendo as cores do extinto Raio de Sol, de Vila Isabel. Sua carreira no rádio começou por acaso. Enquanto se recuperava de uma lesão, que o impedia de participar de um torneio de futebol de salão, recebeu um convite da Rádio Guanabara para fazer uma consultoria sobre o esporte.
Ele se destacou e acabou convidado para participar de um programa na rádio. Mais tarde, uma nova oportunidade surgiu para Apolinho. Isso porque dois jornalistas que transmitiam um jogo entre Vasco e Bonsucesso no Maracanã brigaram ao vivo. O diretor do rádio suspendeu a dupla por 15 dias e pediu para Apolinho trabalhar nas partidas de futebol naquele período.
Depois, foi para a Rádio Nacional, onde se tornou profissional, em 1966. Ele ficou até 1969, quando ingressou na Globo. Desde então, passou pelas Rádios Continental, Vera Curz, Tupi e Nacional. Apolinho, aliás, não trabalhou só na rádio. Também foi colunista dos jornais O DIA e MEIA HORA e comentarista de programas em diversas emissoras de TV, entre elas Globo, Tupi, TV Rio, Excelsior, TV Educativa, Manchete, Record TV e CNT.
Presidente da Acerj destaca colaboração do jornalista por mais de 50 anos