John Textor, do Botafogo, cumpre prazo e envia áudios de ex-árbitro ao STJD
Rio – Dono da SAF do Botafogo, John Textor cumpriu o prazo imposto pelo STJD e entregou provas de um possível caso de corrupção de um ex-árbitro do futebol brasileiro. Os áudios são de um juiz, de sotaque carioca, de acordo com o empresário, relatando que não conseguiu manipular um jogo de “divisão menor” do jeito que precisava para ganhar dinheiro. O estadunidense foi obrigado pelo tribunal a trazer evidências após fazer as acusações em março.
No início deste mês, Textor havia sido julgado pelo STJD sobre as acusações de manipulação de resultados e foi punido no artigo 220 do CBJD (deixar de colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva), além de ter sido multado em R$ 60 mil. O tribunal havia imposto um prazo de cinco dias úteis para ele apresentar as provas, mas só entraria em vigor quando o acórdão fosse publicado, o que foi feito na última quarta-feira (8).
A denúncia aconteceu pelas declarações do empresário depois da partida contra o Red Bull Bragantino, pela fase preliminar da Libertadores, em fevereiro. À época, ele disse: “Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar. Eu não acusei o Ednaldo (Presidente da CBF). Nunca disse nada sobre ele”.
E prosseguiu: “Ele não é um corrupto. Ele é um homem que comanda uma organização que provavelmente precisa administrar melhor a corrupção externa. Porque é uma batalha contra fatores externos. É uma batalha que existe e está aqui. Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas”.
Não foi a primeira punição a Textor
Em abril, ele já havia sido punido, quando foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 100 mil por declarações após a derrota alvinegra para o Palmeiras, em novembro de 2023. Na ocasião, Textor fez duras críticas à arbitragem, à CBF e ao presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues. O empresário ainda tem seis dias a cumprir deste caso – o que será somado com a punição de agora.
A procuradoria buscava aumentar a condenação de Textor. No entanto, a defesa da SAF Botafogo tenta evitar que novas denúncias atinjam o empresário.
O norte-americano não desejava compartilhar nenhuma prova com o STJD, após arquivarem os relatórios de análises de partidas feitos por ele, em parceria com uma empresa especializada no assunto. Entretanto, Textor acabou se aproximando da entidade de justiça desportiva e, para evitar novas punições e julgamento, compartilhou o áudio com os promotores.
Participação de John Textor na CPI
Além de todo o imbróglio com o STJD, Textor está participando de uma CPI de manipulação de resultados, que acontece em Brasília. Ele apresentou documentos aos representantes e disse que a manipulação “é realidade” no futebol brasileiro.
O ex-árbitro do áudio enviado pelo dono da SAF do Botafogo, inclusive, participou de reunião secreta na CPI, na última segunda-feira (13).
Data limite para entregar provas terminava nesta quarta-feira (15)