CPI: no Senado, CBF explica como trabalha no combate à manipulação
Brasília – O diretor de competições da CBF, Júlio Avellar, prestou depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas nesta segunda-feira, 29. Ele falou na condição de convidado. O dirigente reforçou no início do discurso que a manipulação já é um problema antigo e contou que há uma colaboração da Polícia Federal com a entidade.
“Agora, com os escândalos atuais, a CBF está enviando relatórios e prestando informações para a Justiça Desportiva e para as autoridades públicas. Diferentemente dos anos anteriores, temos, hoje, leis que disciplinam o tema. Portanto, medidas efetivas vêm sendo tomadas por todos. A CBF solicitou à Fifa e foi prontamente atendida para que todas as penalidades aplicadas no Brasil tenham efeitos internacionais”, disse Júlio Avellar.
“A CBF também está em sessão permanente com o Ministério do Esporte e com o Ministério da Justiça, que nomeou um delegado da Polícia Federal como ponto focal para tratar do combate à manipulação de resultados. Há um protocolo de cooperação entre a CBF e a Polícia Federal a todo e qualquer tipo de manipulação de eventos relacionados ao futebol brasileiro. A Polícia Federal é copiada em todos os ofícios da Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro, reportando casos suspeitos”, completou posteriormente.
O diretor de competições também destrinchou outas ações da CBF que acontecem desde 2022. Este é o ano em que Júlio passou a trabalhar na entidade.
“A partir de 2022, a gente começa tomar uma série de medidas no combate à manipulação de resultados. Inicia-se, nesse momento, um trabalho em conjunto com a Fifa e a Conmebol. A gente cria, no ano passado, a Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro. A CBF faz um contrato específico de monitoramento. Na verdade, ela renova esse contrato, que não tinha assinado nos dois últimos anos (2020 e 2021). Com isso, a gente começa a monitorar campeonatos nacionais, todos os 27 estaduais da primeira divisão”, explicou Júlio Avellar.
“A CBF criou um banco de dados específico, em que são de mais de cinco mil jogos monitorados por ano, mais de 45 campeonatos monitorados por ano, um aumento de 327% no monitoramento de jogos, aumento de 633% de campeonatos monitorados. Ou seja, nesse momento, são mais de 200 casos suspeitos ou denúncias que foram enviadas para federações, para o STJD, TJD, Comissão de Ética, Ministério Público, Polícia Federal…”, finalizou.
O oficial de Integridade da CBF, Eduardo Gussem, participou da sessão e também depôs na condição de convidado. Ele destacou a importância da adesão à Convenção de Macolin, uma ferramenta de detecção, investigação e processamento de partidas esportivas.
“Precisamos, sim, assina essa convenção, que é um ponto de partida. Estaremos inseridos em um contexto mundial, e isso é muito importante para o futebol. Trará segurança”, disse Gussem.
A CPI também convidou o diretor de Governança e Conformidade da entidade, Hélio Santos Menezes Júnior. Ele, porém, não conseguiu comparecer. O presidente da comissão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), esclareceu que o dirigente não pôde estar presente por causa da uma reunião da CBF.
Comissão ouviu o diretor de competições e oficial de Integridade da CBF