Ramón Díaz pode pegar gancho de dez jogos por declaração machista contra árbitra
As falas do treinador podem ser enquadradas no capítulo que prevê as infrações contra a ética desportiva e podem ser punidas dentro e fora de campo. A situação é similar a de John Textor, administrador da SAF do Botafogo, ter sido denunciado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por ter feito acusações de manipulação nos jogos do Brasileiro de 2023, depois do término da competição, sem mostrar provas, que foi punido fora de campo.
O Artigo 243G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) afirma que “Praticar ato discriminatório, desdenhoso, ultrajante, relacionado a preconceito com origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa, ou portadora de deficiência poderá levar a punição de cinco a dez jogos”, caso o praticante seja um treinador ou jogador. Além de uma multa que varia entre R$ 100 a R$ 100 mil. A denúncia depende da procuradoria do STJD.
Após a derrota para o Bragantino por 2 a 1, na última quarta-feira, o treinador do Vasco criticou a atuação de Daiane Muniz, responsável pelo VAR, na partida entre o Cruz-Maltino e o Grêmio, no último domingo. A árbitra recomendou a revisão de uma penalidade assinalada em favor do clube carioca, que acabou sendo anulada.
“Com respeito aos árbitros, não podemos falar muito. Na última partida, o VAR foi uma senhorita, uma mulher, e foi pênalti. Me parece complicado que o VAR quem tenha que decidir seja uma mulher. Porque o futebol é tão dinâmico, com ações tão rápidas. Hoje não sei se o árbitro também não viu o lance, que me pareceu pênalti. O Vasco está crescendo, competimos”, disse.
No mesmo dia, o Vasco lamentou a declaração machista do argentino e em nota oficial destacou os valores e princípios como marca histórica da instituição. “O Vasco da Gama lamenta a declaração do técnico Ramón Díaz e reafirma o compromisso de reforçar as medidas e diretrizes educativas necessárias em acordo com suas determinações, valores e princípios. Pedimos, assim como nosso técnico, desculpas”, publicou.
Argentino, de 64 anos, corre risco de ser enquadrado no Artigo 243G do CBJD